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Christopher Kastensmidt, 41 anos, é professor e escritor texano, mas que mora no Brasil há 10 anos. Nesse tempo, Kastensmidt trabalhou como sócio-diretor da empresa gaúcha de videogames Southlogic Studios, onde negociou dezenas de contratos com empresas estrangeiras e participou da produção de diversos games nos cargos de diretor criativo, game designer, produtor e programador. Ele criou o conceito original e fez o projeto de game design do jogo brasileiro mais vendido no exterior, Casamento dos Sonhos, com mais de um milhão de cópias vendidas. No final, a empresa foi vendida para a multinacional Ubisoft Entertainment, onde trabalhou como Coordenador de Estúdio e Diretor Criativo da Ubisoft Brasil. Mas hoje em dia ele dá aula na UniRitter e faz consultoria sobre criação de propriedades intelectuais e narrativas, além de continuar com a sua carreira de escritor. Christopher nos conta tudo sobre como tudo começou, seus planos e seus projetos para o futuro.
Como começou a sua carreira como escritor?
Eu comecei com contos, em 2005, lá nos Estados Unidos. Desde lá já foram publicados dezenas de contos da minha autoria. Falando de livros eu só tenho alguns curtos, ainda não cheguei a lançar nenhum romance mais longo. Então tenho vários livros pequenos, que publiquei nos EUA, junto com outros autores, e é assim no Brasil também. Além disso tenho contos publicados em antologias aqui. Todos esses contos que publiquei aqui fazem parte do meu universo, "A Bandeira do Elefante e da Arara" Meu primeiro romance está pronto, é desde mesmo mundo. O plano é lançar esse livro junto com o jogo de tabuleiro em final de 2014 começo de 2015. Eu tenho também um quadrinho para lançar até o final deste ano.
Você já foi indicado para o Prêmio Nebula, considerado o Oscar da literatura. Como foi pra ti ser indicado?
Foi em 2010, eu publiquei um noveleto em 10 mil palavras. Foi publicado em uma revista nos EUA. Na época a maior revista de fantasia dos Estados Unidos. Foi um grande momento, uma virada na minha carreira de escritor. Porque antes eu conheci a comunidade (Convenção Mundial de Ficção Científica), participei de grupo de críticas. Mas este momento tem mais reconhecimento, recebi muitos convites para eventos. O escritor não vai em busca desses prêmios, mas quando ganha ou tem uma indicação faz a diferença. Eu fui convidado aquele ano para a jornada da literatura. Durante 2 dias falei com 10 mil alunos. Evento que talvez tenha sido o melhor momento da minha carreira literária.
E como funciona para ser um dos indicados para esse prêmio?
Existem dois prêmios para escritores: Hugo é indicação pelos fãs. Nébula é indicação de escritores da Associação dos EUA dos escritores de ficção científica. Premiação muito antiga tem 60 ou 70 anos. Qualquer membro dessa organização pode indicar obras ao longo do ano. No final do ano são escolhidos as 5 mais votadas que viram finalistas. Não é nada fácil chegar até ai, pois são milhares de revistas. Depois das cinco finalistas há uma nova votação para escolher o ganhador. São 4 categorias: conto, noveleto, novela, romance.
Depois de tudo isso, o que te fez vir para a vida acadêmica?
Como tudo na minha vida foi meio por caso, mas eu acho que a gente deixa a mente aberta para as coisas. Como vir para o brasil foi uma coisa que eu nunca imaginei. Mas descobri esta empresa, eu gostei e eles gostaram de mim. Primeiro dei aula em Curitiba, que foi minha primeira experiência, na UPI, depois foi a Feevale, em Novo Hamburgo, onde dei aula por 5 anos, também dei aulas na ESPM, PUC onde fiz a grade curricular da pós-graduação de jogos digitais, e por último a Uniritter onde entrei no primeiro semestre, ajudando a montar esse curso. Eu gosto de dar aula, trabalho a 15 anos com jogos digitais, já tive jogos que venderam mais de 1 milhão de cópias.
E quais são os teus projetos para o futuro?
Por enquanto estou muito concentrado nessa série que vai ter o jogo de tabuleiro, os quadrinhos, o romance. E tenho um projeto de RPG, estou buscando dinheiro para fazer isto. Os três primeiros são garantidos, já tenho o financiamento. Agora estou buscando o financiamento para o RPG e futuramente um game, tudo nesse mesmo mundo. Então esses são os principais focos. Também tenho um romance infanto-juvenil que estou querendo escrever mas falta tempo, mas provavelmente até 2015 eu tenha escrito este livro e os livros infantis, eu tenho toda uma série praticamente pronta para escrever que vou lançar futuramente. Mas por enquanto quero fechar este ciclo.
Guilherme Wunder
Guilherme, adorei tua entrevista! Tinha lido o depoimento do Christopher no Ebook 7 Coisas que Aprendi e gostei muito das dicas que ele deixou para escritores iniciantes.
ResponderExcluirAbraços!
Ele é muito gente boa e a experiência que ele tem na área é algo sem explicações. Só não entendo como um monstro da literatura fantástica como ele não é valorizado no nosso país
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