O cineasta e quadrinista Felipe Cagno é um paulista de 30 anos e que sempre está de bem com a vida, que contou tudo sobre a sua carreira nesses dois mundos em uma entrevista exclusiva, realizada durante a 4ª Multiverso Comic Con. Na ocasião, Cagno participou do Artists Alley e de uma sessão de autógrafos da HQ '321 Fast Comics'.
Foto: Robson Reiz |
Formado em cinema na cidade de São Paulo e com mestrado em Los Angeles, Felipe sempre trabalhou com o desenvolvimento de roteiros. Seguindo o caminho do pai, que era apaixonado por cinema e sempre o levava em sessões para assistir filmes, Felipe sonhava em ser diretor de longas-metragens. E foi essa paixão que fez com que o paulista fosse trabalhar nos Estados Unidos:
- Foi incrível, eu amava morar em Los Angeles, quero voltar pra lá assim que minha carreira me permitir retornar. Mas porque isso? Porque Los Angeles vive e respira cinema. Quando tu pega o carro e sai pela cidade você vai ver centenas de outdoors de filmes em cartaz. Os cinco anos que eu passei lá foram mágicos. Eu trabalhei em produtoras muito legais, como a 'Arad Productions', 'Misher Films', entre outras.
Elenco do filme 'Bala Sem Nome'. Foto: Divulgação |
Atualmente Felipe está finalizando o seu primeiro longa-metragem, intitulado 'Bala Sem Nome'. O cineasta conta que o projeto é de baixo orçamento, tanto é que foi produzido com menos de 50 mil reais em 14 dias. "A experiência foi muita intensa, tendo noites em que dormia no máximo três horas. Mas o lado bom é que foi muito gratificante trabalhar nesse projeto, porque a equipe toda abraçou a causa e deu o seu melhor", confessa Cagno.
O filme, gravado em 2012, está em fase de pós-produção, faltando cerca de 20% para conclusão do projeto e, posteriormente, lançamento. Mas apesar disso tudo, Felipe ainda não conseguiu fechar acordo com nenhuma distribuidora para realizar o lançamento, que ainda está sem previsão de acontecer.
Arte: Divulgação |
Passando agora para o mundo dos quadrinhos, Felipe está trabalhando na divulgação da HQ '321 Fast Comics', financiada através do Catarse. Mas o que muitos não sabem é que esse projeto também surgiu no cinema, mais precisamente em um exercício de aula no mestrado realizado em Los Angeles:
- Durante o mestrado que fiz nos Estados Unidos, todos os alunos do primeiro ano tinham que fazer um exercício de câmera chamado 3, 2, 1; mas esse trabalho era um pouco diferente, eram três páginas de roteiro, dois personagens e uma locação. Isso no cinema influencia muito, porque quanto menos locações forem utilizadas mais fácil fica para produzir um filme, devido a questões de logística.
Foto: Divulgação |
A ideia de Cagno foi adaptar esse exercício para os quadrinhos, mas com algumas alterações para a nova mídia. Ao invés de três páginas de roteiro, dois personagens e uma locação; Felipe trocou a última parte para 'um final surpreendente'. "No quadrinho já não existe essa dificuldade, porque em uma página eu posso colocar dez locações diferentes," explica o roteirista.
Só que o que Felipe não imaginava é que esse projeto seria tão bem visto pelo público e pelos desenhistas brasileiros. '321 Fast Comics' arrecadou R$ 37.144,00, através do financiamento coletivo. Isso é 142% da meta estabelecida por Cagno para a produção da HQ, que na época era R$ 26.000,00. Além de ter superado as questões financeiras, o quadrinista contou com o apoio de grandes nomes do mercado, como Vitor Cafaggi, Geraldo Borges e Cris Peter.
Arte: Marcelo Maiolo e Marcelo Costa |
Além de estar trabalhando na pós-produção do 'Bala Sem Nome', o paulista já começa a trabalhar em mais uma HQ, chamada 'Blind Spot'. Com participação de Marcelo Maiolo e Marcelo Costa, o quadrinhos passará no inicio do século XX e irá abordar a espionagem nos Estados Unidos: "Esse projeto está com previsão para 2015, e deve sair através de algum projeto de fora do país," destaca Felipe.
Guilherme Wunder
Legal.
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