Esse é o nosso entrevistado da semana. Com 35 anos de idade, Rafael Coutinho é um artista multitarefas, afinal é quadrinista, roteirista, artista plástico e dono da Narval Comix. O paulista, formado em artes plásticas pela UNESP, em 2004, já tem mais de sete trabalhos publicados em sua carreira, sendo que o primeiro foi ainda pela extinta Editora Desiderata.
Foto: Rafael Roncato |
Mas o destaque da carreira de quadrinista do paulista segue sendo a graphic novel ‘Cachalote’, publicada em 2010, pela Companhia das Letras. Só que o que muitos não sabem é que já fazia muito tempo que o desenhista paulista já vinha tentando garantir o seu espaço nesse mundo das HQs:
- Na realidade eu comecei igual a grande maioria dos quadrinistas, que é de forma amadora. No início eu publicava em uma fanzine aqui de São Paulo, chamada 'Sociedade Radioativa'. Além disso eu também já fazia algumas experimentações na época da universidade. Nesse mesmo período, por volta de 2002, eu comecei a trabalhar também com animação e como designer.
Rafael Coutinho esteve presente em Porto Alegre no mês de agosto do ano passado, para participar da programação da 4ª Multiverso Comic Con. Durante o evento, Rafael participou de uma entrevista e esteve autografando em seu estande, junto da editora Narval Comix.
Foto: Christina Rufatto |
O desenhista é filho do cartunista Laerte Coutinho, conhecido pelas suas tiras em todo o Brasil. Apesar de ser uma pergunta considerada por muitos como clichê e que ele já deve ter respondido milhões de vezes, me obriguei a saber se ele sofreu algum tipo de pressão da mídia por estar seguindo os passos do pai:
- Não, na verdade a única pressão que existia era minha mesma. Por volta dos meus 17 anos eu fiquei um pouco confuso em se eu poderia ou se eu deveria seguir esse caminho dos quadrinhos, devido a essa bagagem que eu carregava. E demorou um tempo até que eu chegasse a conclusão que não tinha nada a ver e que eu ia ter sim que provar meu potencial por mim mesmo.
Arte: Divulgação |
Em 2010, Rafael e Laerte fundaram juntos a Narval Comix, uma editora que visaria a produção de quadrinhos autorais aqui do Brasil. Para o ‘Coutinho filho’ a ideia de abrir uma editora surgiu ainda no início de sua carreira, quando pode perceber que os trabalhos que ele mais se identificava não estavam nas estantes de livrarias: “As coisas que eu gostava não estavam sendo publicadas e que não tinham espaço na mídia. Então a Narval é uma tentativa de abrir um canal para essas histórias, além de procurar alguma forma de custeá-las também.”
Guilherme Wunder
Assisti a um painel com o Rafael, num Mutação.
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