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O mercado da literatura fantástica cresce cada vez mais e um dos principais indícios desse movimento é participação de escritores e editoras em eventos de cultura pop, além da idealização de eventos exclusivos para esse mercado. Segundo o editor da revista Trasgo, Rodrigo van Kampen, um dos motivos desse crescimento se dá através dessa nova safra de escritores brasileiros surgindo em todo o Brasil:
- Acho que a literatura fantástica no Brasil está em pleno crescimento, com novos autores despontando praticamente todo mês. Também vejo uma valorização maior do autor nacional. Aquele ranço de "não leio autor de fantasia brasileiro" está diminuindo, até porque os brasileiros estão escrevendo melhor e deixando de imitar a literatura estrangeira, acrescentando suas próprias vivências, cenários e dilemas à narrativa.
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Pensando em dar um maior espaço e visibilidade ao mercado literário brasileiro que surgiu a Trasgo. Nesse projeto editorial é possível encontrar diversos contos de fantasia, passando por escritores renomados e revelações brasileiras. Mas, conforme Kampen, apenas uma publicação desse nicho não é o suficiente para dar conta da demanda:
- O ideal para o mercado é uma maior diversidade de revistas, por dois motivos. Primeiro, a Trasgo é a minha opinião. Outros editores trazem um material diferente. É muito ruim um mercado com poucos "gatekeepers", que determinam o que vai ser publicado e o que não vai. Quanto mais diversidade, melhor! Segundo, que com mais revistas, o formato fica mais conhecido do público, e o número de leitores cresce para todo mundo.
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Mas quando vemos esse momento tão propício para o literatura fantástica que pensamos: 'Quando iremos conquistar o mundo com publicações nacionais?' Rodrigo destaca que um dos motivos para ainda não termos conquistado outros países é a falta de uma identidade própria, que agora vem sendo criada e consolidada no país:
- Creio que aos poucos o Brasil está começando a criar uma identidade própria fantasia. Nossa leitura é de muito conteúdo de fora, então o cara vai escrever fantasia, ele copia Tolkien, Gaiman, King. Inspirar-se com os mestres é bom, mas também é preciso acrescentar suas próprias vivências à narrativa. Muitas vezes é esse o ingrediente mágico que fica faltando, saem obras boas, mas não mágicas. Há bons exemplos na nova geração de autores brasileiros, precisamos que sejam a regra, e não a exceção.
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Mas, como bom otimista que é, Rodrigo segue esperançoso sobre a evolução do gênero pelo Brasil. Para ele não existem pessoas que conseguem resistir a uma fantasia ou ficção cientifica bem construída:
- Acho que nos próximos anos finalmente a FC brasileira vai se distanciar da Golden Age da FC estrangeira, trazendo os temas e conflitos contemporâneos mais à tona. Os autores de fantasia também tendem a se afastar da high fantasy padrão medieval europeia, que trazem uma série de problemas, e investir em cenários mais bem construídos, com ingredientes próprios.
Guilherme Wunder
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