Filme: O Lar das Crianças Peculiares (2016)
País: EUA, Bélgica e Reino Unido
Classificação: 12 anos
Estreia: 29 de setembro de 2016
Duração: 127 minutos
Direção: Tim Burton
Roteiro: Jane Goldman
Elenco: Eva Green, Asa Butterfield, Samuel L. Jackson, Judi Dench, Rupert Everett, Allison Janney, Ella Purnell, Terence Stamp.
"Após uma tragédia familiar, Jake vai parar em uma ilha isolada no País de Gales buscando informações sobre o passado de seu avô. Investigando as ruínas do orfanato "Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children", ele encontra um fantástico abrigo para crianças com poderes sobrenaturais e decide fazer de tudo para proteger o grupo de órfãos dos terríveis hollows."
O Lar das Crianças Peculiares foi lançado com a expectativa de ser uma grande adaptação do seu livro e almejava ter a importância que Harry Potter teve. Pelo menos vemos isso ao saber que o livro foi best seller nos Estados Unidos, quando permaneceu por 52 semanas entre os mais vendidos do New York Times e que o mesmo foi eleito como uma das 100 obras mais importantes da literatura jovem de todos os tempos.
Eu particularmente não li o livro então só posso analisar o filme. É uma falha da minha parte, mas prefiro não comparar com algo que eu não tenho o conhecimento necessário. Por isso comentarei somente o longa de Tim Burton. E podem ter certeza que, infelizmente, temos bastante coisa para falar sobre essa produção pela qual eu tinha grande expectativa.
Enquanto assistia ao filme acabei pensando: porque eu me preocupo com a história de Jake, interpretado por Asa Butterfield? Esse é um problema que Tim Burton teve. Faltou trabalhar a construção dos personagens, para que o público sentisse interesse pela sua história. O envolvimento com o seu avô é construído de forma rasa e o próprio ator não tem o carisma necessário para tal protagonismo. A premissa do filme é a busca de Jake por respostas sobre o seu avô. Só que isso não é trabalhado em momento algum. São poucas as aparições de diálogos sobre o passado de Aba e, em determinada parte do longa, parece que Jake esqueceu de sua motivação. Somente na parte final da produção que esse tema volta a ser citado.
Mas, pelo menos, as outras crianças tiveram suas histórias bem construídas. O problema é que foram só elas que tiveram essa oportunidade. Os pais de Jake, seu avô e a própria Senhorita Peregrine, "dona" do orfanato não tiveram destaque e acabaram ficando em um segundo plano, atrás de um romance e de uma aventura cheia de efeitos especiais desnecessários e com um Samuel L. Jackson bizarro e com sua atuação exagerada. O roteiro também apresenta alguns outros furos nas construções de suas histórias, como na cena onde as crianças enfrentam os vilões, que somem e depois voltam do nada ou no excesso de entradas e saídas de fendas.
Essa construção de personagens, alinhada a boa escolha do elenco, agradou muito. Não tem como não ficar curioso pelas histórias que ainda podem ser contadas sobre esses peculiares e outros que existem no mundo todo (isso é explicado no filme). Talvez esse tenha sido o grande acerto de O Lar das Crianças Peculiares.
Os exageros das cenas de ação e efeitos especiais também incomodam um pouco. Se a primeira parte do filme tem muitos acertos, o "embate final" apresenta coisas que incomodam e que fogem um pouco da realidade criada no início da produção. Os efeitos especiais são uma marca de Tim Burton e esse longa tem a sua assinatura bem presente.
Essa construção de personagens, alinhada a boa escolha do elenco, agradou muito. Não tem como não ficar curioso pelas histórias que ainda podem ser contadas sobre esses peculiares e outros que existem no mundo todo (isso é explicado no filme). Talvez esse tenha sido o grande acerto de O Lar das Crianças Peculiares.
Os exageros das cenas de ação e efeitos especiais também incomodam um pouco. Se a primeira parte do filme tem muitos acertos, o "embate final" apresenta coisas que incomodam e que fogem um pouco da realidade criada no início da produção. Os efeitos especiais são uma marca de Tim Burton e esse longa tem a sua assinatura bem presente.
Porém o que me agradou foi o que citei anteriormente: a construção dos outros personagens. Não sei qual a expectativa da Fox em produzir uma sequência para a franquia, que em certo momento me lembrava Nárnia. Creio que existe a possibilidade de seguir com essa história, mas pontos precisam ser alinhados para que o possível segundo longa seja lançado mais redondo. Somente assim será possível sonhar com uma nova franquia de fantasia nos cinemas.
Assista ao trailer abaixo:
Guilherme Wunder
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