sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Crítica de Mãe!

Filme: Mãe
País: Estados Unidos
Classificação: 16 anos
Estreia: 21 de setembro de 2017 
Duração: 122 minutos 
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky
Elenco: Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris.

"Um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido mais velho tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções."

Um filme agressivo. Por mais que pareça vago, esse termo pode ajudar na definição de “Mãe!”, longa metragem que estreou nesta quinta-feira, 21/09, em todo o Brasil. O filme é dirigido por Darren Aronofsky, conhecido pelo seu trabalho frente a “Cisne Negro” e tem como protagonistas Jennifer Lawrence e Javier Bardem, dupla já consagrada no atual cenário do cinema mundial.

Na obra, uma das mais densas e subjetivas de 2017, apresenta um início simples de um poeta e sua esposa que vivem em meio a uma fazenda. Na trama ele sonha em conceber sua próxima obra enquanto ela realiza a reforma da casa, que foi atingida por um incêndio que matou a ex-esposa do marido. Uma coisa que surpreende é que o filme não tem uma “editoria” bem definida. Isso porque temos muito terror, suspense e drama permeando toda a obra.

Talvez o que preocupe a distribuidora e até a bilheteria é que esse não é um filme voltado para qualquer público. Ele tem suas especificações e é necessário prestar atenção e estar atento a tudo o que acontece para compreender a magnitude da obra. Até porque, uma das grandes sacadas de Aronofsky é contar a história da bíblia através de analogias e easter-eggs na vida do casal.

Tecnicamente também o filme é muito bom, seja na direção como também no elenco. Aronofsky consegue conduzir as cenas de forma magistral, brincando com planos fechados e abertos, além de trabalhar bastante com a penumbra, as sombras e o que está fora de cena. Já o elenco consegue entregar toda a força e carga dramática nos momentos e nas dosagens certas.

Por mais que eu tenha dito que o filme adapta a bíblia, o público pode ficar tranquilo que não estamos diante de uma produção de cunho religioso. Até por isso que destaquei que ele não é um filme para todos os públicos. Ele brinca sutilmente com conceitos bíblicos, mas de forma crítica e cínica e, para se compreender, é necessário ter uma bagagem e estiver aberto ao filme e sua ideia.

Tecnicamente todos vão valorizar “Mãe!”. O roteiro pode dividir opiniões, mas vai incomodar e gerar reações e discussões fortes. Isso significa que, quem assistir ao filme será impactado. O interessante será ver como e quais serão as reações de quem sai da sala de cinema. Uma pena que não serão todos que aproveitarão essa experiência.

Guilherme Wunder

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