sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Crítica de Uma Mulher Fantástica

Filme: Uma Mulher Fantástica
País: Chile
Classificação: 14 anos
Estreia: 07 de setembro de 2017 
Duração: 104 minutos 
Direção: Sebastián Lelio
Roteiro: Sebastián Lelio, Gonzalo Maza
Elenco: Daniela Vega, Francisco Reyes, Luis Gnecco.

"Marina é uma garçonete transexual que passa boa parte dos seus dias buscando seu sustento. Seu verdadeiro sonho é ser uma cantora de sucesso e, para isso, canta durante a noite em diversos clubes de sua cidade. O problema é que, após a inesperada morte de Orlando, seu namorado e maior companheiro, sua vida dá uma guinada total."

O filme desta semana, que estreou nesta quinta-feira, 07/09 é a produção chilena “Uma Mulher Fantástica”. O longa, que já vem chamando a atenção em alguns festivais de cinema pelo mundo tem grandes chances e potencial para estar entre os indicados de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar e também se fazer presente em outras premiações do circuito.

O que, de cara, é um choque de realidade para quem assiste ao filme, são os preconceitos e os abusos que Marina sofre no seu dia a dia. Isso acontece e é mostrado desde o início do longa, pois acontece em todas as situações, desde momentos simples como uma ida ao médico até quando ela deseja ir no velório de seu namorado.

Na direção está Sebástian Lelio, conhecido pelo seu trabalho no filme “Gloria”. E, mais uma vez, o diretor consegue entregar um projeto digno de nota. A produção é segura e Lelio consegue construir um filme forte e coerente, baseado no grande trabalho de atuação de Veja, que entrega toda a dramaticidade necessária para o papel.

Outro ponto positivo da direção de Lelio é a segurança dele. A ideia de não ousar tanto em planos diferentes e ir por uma opção segura e correta, mostra que menos é mais e entrega assim uma obra simples e intimista, mas com toda uma carga dramática, política e social que é necessária. Ainda mais se pensarmos que o Chile também é um país que debate questões homofóbicas.

“Uma Mulher Fantástica” é um longa necessário em um momento tão conturbado de discussão e fanatismo. Produções como essa têm sim que chegar ao grande público, seja pela sua qualidade técnica como também pelo tema abordado com tanta veemência política e social. Que mais filmes como esse cheguem aos cinemas nacionais.

Guilherme Wunder

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