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Muitas pessoas tem o sonho de ser jogador de futebol. Isso tanto no masculino como no feminino. Contudo, na categoria dos homens, existem mais times, investimento e uma maior infraestrutura, enquanto para as mulheres a dificuldade e a falta de valorização e reconhecimento com a categoria ainda é grande e prejudica muito o desenvolvimento do esporte.
Mas, mesmo com todas as dificuldades encontradas para as mulheres que querem exercer o esporte, quem busca esse sonho e quer ser jogadora de futebol não desiste. Esse é o caso da meia Thais Lourenço Duarte, de 21 anos. A atleta faz parte do elenco do Sport Club Internacional e esteve na campanha que culminou com o título do Campeonato Gaúcho de 2017.
O que alguns não sabem é que a jogadora é alvoradense e, atualmente, reside no Bairro Salomé. Em entrevista exclusiva a reportagem do Jornal A Semana, Thais conta que sempre praticou o esporte, mas que encontrava dificuldades por não ter muitos times femininos na época. “Jogo desde os meus sete anos. Sempre joguei em escolinhas para meninos onde só tinha eu de menina”, explica a atleta.
Somente depois de um tempo que ela encontrou um time feminino para jogar, mas no futsal: o Ajax Futsal Feminino, clube de tradição dentro da cidade. Dali em diante a carreira da jogadora deslanchou. Questionada sobre de onde vem esse sentimento e a vontade ser uma atleta profissional, Thais relatou não saber. “Essa paixão por futebol eu não sei explicar, só sei que eu via os guris jogando e eu queria jogar também e mostrar que eu sabia jogar tão bem quanto eles”, salienta a meia do Internacional.
E, em 2017, veio o reconhecimento desta paixão e dedicação ao esporte. Isso porque Thais fez parte do elenco do Sport Club Internacional que venceu o Campeonato Gaúcho de futebol feminino da temporada. “Vencer o campeonato foi demais, uma experiência que jamais vou esquecer ainda mais no primeiro ano em que o futebol feminino do Internacional voltou. Olhar para trás e ver que valeu a pena ir fazer o teste com mais de 700 meninas disputando uma vaga no time”, enfatiza a alvoradense.
Sobre esse cenário do futebol feminino, Thais acredita que tem três lados que tem de ser avaliado: o crescimento da categoria e o descaso com o esporte e sua falta de oportunidades. “Nós sempre temos esperança que o futebol feminino seja tão valorizado quanto o masculino é e que, em vez de tirar a oportunidade de muitas com o descaso, que deem mais oportunidades porque acima de tudo o futebol é um esporte que tira muitas crianças do caminho ruim da vida”, ressalta a atleta.
Já para a próxima temporada, a meia sonha em ver o futebol feminino crescendo e sendo muito mais valorizado do que 2017. “Na minha carreira eu quero sempre estar em um time que possa defender com garra e determinação e que por mais seja difícil, jamais desistir. Se hoje tem muitas meninas jogando futebol, apesar de todas as dificuldades, nos podemos dizer que sim é por amor”, finaliza Thais.
Guilherme Wunder
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