quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A nova fase das séries de TV

O sucesso de Smallvile (2001-2011) e dos diversos filmes inspirados em super heróis foram os precursores para que séries baseadas em histórias em quadrinhos estivessem de volta aos canais de televisão. "O gênero, que tinha ficado restrito ao cinema, voltou para a TV porque o interesse do público por super-heróis não acabou, é a televisão que se afastou dele quando não conseguiu oferecer produções que satisfizessem este segmento", comenta a jornalista e editora do blog Nova Temporada, Fernanda Furquim.


Foto: Divulgação
Segundo a jornalista, a volta da produção de séries baseadas em HQs deve-se ao resultado positivo dos filmes do gênero que estão sendo lançados no cinema, " Me parece que essa leva de séries é resultado do que está sendo feito no cinema. Os filmes de super-heróis e de aventuras atraem um grande público e é tradição da TV aproveitar tudo que dá bilheteria no cinema. As séries de super-heróis sempre existiram e a associação de canais e produtoras com editoras de HQs facilita o aumento de produções deste gênero. "

Para o escritor e colunista do Segundo Caderno da Zero Hora, Marcelo Carneiro da Cunha, a ligação entre os dois mundos sempre existiu na linguagem narrativa. "O cinema hoje é muito influenciado pela tela pequena, onde ele vai ser muito visto. Você faz filmes pensando nas telas menores também. O que passa a existir é algo que o cinema nunca conheceu de verdade, que é um meio concorrente e competitivo, coisa que a tevê convencional nunca foi. Mas com isso surgem possibilidades interessantes de diálogo entre os dois meios, como um exercício de narrar a mesma história nos dois formatos proporcionando duas experiências distintas sobre o mesmo tema."


Foto: Divulgação
Mas com o surgimento de diversas séries de super-heróis, alguns pontos se sobressaem , tanto positivos quanto negativos, e é isso que diz Marcelo da Cunha: "Os pontos negativos são a burocratização e a mesmice, mas isso é combatido com muita facilidade pelo espectador, que simplesmente troca de canal ou baixa outra coisa que o atenda melhor. Mas há também os pontos positivos de haver tantas séries com a mesma fórmula, pois da quantidade surge a qualidade. É da quantidade de sitcoms que surgem um Friends (foto acima) e um Seinfeld."

Quando se fala sobre em que momento as séries baseadas na vida dos heróis dos quadrinhos irão parar de ser produzida, nem que seja por algum tempo, Fernanda diz que o interesse do público por super-heróis não acaba, é a TV que para de produzir quando não consegue oferecer algo que satisfaça o público. "As séries de super-heróis existem desde a década de 1950 e sempre geraram público. A audiência cai quando as séries se tornam repetitivas ou mal trabalhadas. Este é um público muito específico, que conhece o gênero", destaca a jornalista.

Guilherme Wunder

2 comentários:

  1. Está aumentando a quantidade de séries de super-heróis, mas de outras temáticas também. Os produtores estão investindo bastante no storytelling, a arte de contar histórias de diferentes maneiras e adaptadas para diferentes meios de comunicação. Eu, particularmente, gosto bastante. Tem gente que acha que a história tem que ser igualzinha a que já foi contada, mas aí não teria muita graça.
    Abraços

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    1. Eu também curto quando eles contam a história de um outro ponto de vista, senão seria sempre mais do mesmo...

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