quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Crítica de Tô Ryca

Filme: Tô Ryca (2016)
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Estreia: 22 de setembro de 2016
Duração: 110 minutos
Direção: Pedro Antonio
Roteiro: Fil Braz
Elenco: Samantha Schmütz, Katiuscia Canoro, Marcelo Adnet, Marília Pêra, Fabiana Karla, Marcelo Melo Jr., Marcus Majella.

"Selminha é uma frentista que tem a chance de deixar seus dias de pobreza para trás ao descobrir uma herança de família. Mas para conseguir colocar a mão nessa grana, ela terá que cumprir o desafio lançado por seu tio: Selminha precisa gastar 30 milhões de reais em 30 dias, sem acumular nada e nem contar para ninguém. Mas, nessa louca maratona, ela vai acabar descobrindo que tem coisas que o dinheiro não compra."

O enredo do filme é explicado de forma simples: Selminha, interpretada por Samantha Schmütz, é frentista de um posto de gasolina e vive na periferia do Rio de Janeiro. Sempre reclamando de seus problemas financeiros, ela é surpreendida com uma herança deixada pelo seu tio avô. O empecilho é que, para ela pegar essa herança, Selminha terá de gastar 30 milhões de reais em 30 dias, mas não pode adquirir nada e os gastos terão de ser feitos com serviços.

A trama é parecida com o filme americano Chuva de Milhões, de 1985. Nessa produção o jogador de beisebol falido também recebe uma herança e esse mesmo desafio. As semelhanças são tantas que até os valores financeiros são os mesmos. Então, Tô Ryca funciona um pouco como uma releitura dessa produção, que também é baseada em um livro homônimo. Apesar da trama simples, o roteiro consegue apresentar furos e se utilizar de um humor pastelão para suas piadas.

Foto: Divulgação
Isso porque a produção é cheia de exageros, tanto na parte caricata dos suburbanos cariocas, que chegam a ser bregas nas interpretações e no vestuário de Samantha Schmütz e Katiuscia Canoro. Outro ponto que também incomoda são alguns furos bobos (quando o namorado de Katiuscia sabe que a Selminha ganhou a grana?), que servem de trampolim para uma cena onde Schmütz  consiga arrancar risos da platéia.

Apesar desses erros (e de mais alguns que não citei), o longa tenta, mesmo que superficialmente, fazer críticas a alguns temas mais pesados, como o momento político que estamos vivendo e como a religião interfere diretamente na opinião pública. Outro pensamento que também é abordado é o quanto o dinheiro pode mudar uma pessoa e que a felicidade não vem, necessariamente, junto dele.

Tô Ryca é mais uma produção nacional que estreia em 2016 para tentar mudar o paradigma do cinema nacional. Infelizmente o filme fica para trás de outras comédias que foram lançadas neste ano, mas deve alcançar o seu público. Como o longa-metragem está mirando um grande público, a tendência é que ele encontre seu espaço dentro de uma fatia que busca o humor simples e escapista que Pedro Antonio conseguiu emplacar aqui.

Assista ao trailer abaixo:


Guilherme Wunder

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