quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crítica Festa da Salsicha

Filme: Festa da Salsicha (2016)
País: EUA
Classificação: 16 anos
Estreia: 06 de outubro de 2016
Duração: 89 minutos
Direção: Conrad Vernon e Greg Tiernan
Roteiro: Seth Rogen, Evan Goldberg, Kyle Hunter e Ariel Shaffir.
Elenco: Seth Rogen, Paul Rudd, James Franco, Kristen Wiig, Salma Hayek, Edward Norton, David Krumholtz, Jonah Hill.

"Dentro de um supermercado, os alimentos sonham em serem escolhidos pelas pessoas e se mudarem para as casas dos compradores. Mas eles nem suspeitam que serão cortados, ralados, cozidos e devorados! Quando uma salsicha descobre a terrível verdade, ela reúne outros alimentos com a tarefa de voltarem ao mercado e avisarem todos os colegas do risco que correm."

Festa da Salsicha é uma animação totalmente diferente de tudo que já vi em minha curta trajetória como cinéfilo. Posso garantir que é o desenho mais ousado atualmente e que não é indicado para um público infantil, afinal, é possível acompanhar a maior orgia alimentícia já imaginada na história do cinema. É isso mesmo, uma orgia entre alimentos. Mas esse não foi o único ponto polêmico abordado no filme da dupla Seth Rogen e Evan Goldberg, conhecidos por filmes mais ácidos.


No longa é possível encontrar críticas em seu roteiro a vários pontos perigosos de se abordar. No filme são abordados temas como religião, o conflito entre árabes e judeus, além das velhas piadas de cunho sexual. Entretanto a produção não discute nada sobre nenhum desses temas, mas sim constrói estereótipos preconceituosos de cada um dos citados acima. Acabei comparando o filme com a série Dads, que a FOX transmitiu uma temporada e acabou cancelando, devido as piadas preconceituosas que existiam. Depois disso me peguei pensando se esses temas dão mais certo com desenhos, por não serem levados tão a sério quanto com pessoas "reais".

Para que vocês entendam: Festa da Salsicha conta a história dos alimentos que estão a venda em uma rede de supermercados. Esses produtos tem vida e são racionais, porém acham que, quando são comprados, os deuses (humanos) os levam para o paraíso. Tudo graças a uma lenda que originou a música que faz parte da abertura do filme. Até que eles começam a desconfiar e descobrir o que acontece com os alimentos fora daquele supermercado.


O supermercado acaba sendo idealizado como um mundo para os alimentos que vivem ali. No decorrer do filme são construídos estereótipos baseados em cada uma das comidas que ali moram. Por exemplo, a prateleira de miojo e molho oriental, são representados como se fossem Chinatown; e o setor de bebidas, que vive sempre em festa. 

Festa da Salsicha tem boas piadas, graças ao talento dos roteiristas do filme. O ponto é se eles acertam tanto assim ou se forçam o humor em praticamente todas as cenas e acabam acertando em alguns pontos. Isso porque foi possível notar que os risos surgiram nas cenas mais absurdas e não nas realmente engraçadas. Até onde a forçação de barra não foi o real motivo das gargalhadas que existiram na sessão. Não quero aqui dizer que o longa não é engraçado, até porque ele tem sacadas geniais. Só que vejo que eles tentaram piadas em excesso para acertar em alguns momentos.

O filme é mais uma produção polêmica da dupla Seth Rogen e Evan Goldberg. O problema é que, mais uma vez, os dois lançam um longa que se preocupa mais com o burburinho do público e da crítica do que com a qualidade que ele deveria apresentar. Assim, o filme que tinha tudo para ser genial, acaba sendo um ponto fora da curva do bom e do ruim, com conceitos inovadores, mas sem a preocupação de se consagrar por isso.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

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