terça-feira, 25 de outubro de 2016

Crítica de A Garota no Trem

Filme: A Garota no Trem (2016)
País: EUA
Classificação: 16 anos
Estreia: 27 de outubro de 2016
Duração: 113 minutos
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Emily Blunt, Rebecca Ferguson, Haley Bennet, Luke Evans, Justin Theroux e Edgar Ramírez.

"Rachel, uma alcoólatra desempregada e deprimida, sofre pelo seu divórcio recente. Todas as manhãs ela viaja de trem de Ashbury a Londres, fantasiando sobre a vida de um jovem casal que vigia pela janela. Certo dia ela testemunha uma cena chocante e mais tarde descobre que a mulher está desaparecida. Inquieta, Rachel recorre a polícia e se vê completamente envolvida no mistério."

O filme A Garota no Trem é baseado em um livro, de mesmo nome, escrito por Paula Hawkins, que conta a história de Rachel, interpretada por Emily Blunt, uma mulher abalada psicologicamente por não compreender o seu divórcio. Enquanto ela passava de trem pela frente de sua antiga casa, Rachel imaginava uma vida perfeita, quando via os seus antigos vizinhos. Entretanto, esse envolvimento fica tão grande que foge do controle no momento em que ela começa a enxergar coisas diferentes do convencional daquele casal.


Como eu não li o livro, estou focando apenas na crítica do filme e comentarei pouco sobre a adaptação em si. Porém, pelo que estou ouvindo falar, os leitores do best seller podem ficar tranquilos, pois o roteiro de Erin Cressida Wilson respeita a trama original. Tanto é que, no início, quando somos apresentados as três personagens principais, vemos uma divisão de capítulos, remetendo a obra original. Além de Rachel, que é a protagonista do longa-metragem, temos também a presença de outras duas mulheres fortes e com perfis distintos: Anna, interpretada por Rebecca Ferguson, a atual esposa do ex-marido de Rachel; e Megan, interpretada por Haley Bennet, o objeto da obsessão da protagonista.

Todas as três personagens são muito bem construídas, com todo o seu background trabalho e um fundo emocional e de empatia com o público. Além disso, as constantes reviravoltas fazem com que esse envolvimento por parte do telespectador aumente e isso é um ponto positivo da boa história que o diretor Tate Taylor teve em suas mãos. E, nesse quesito, Taylor conseguiu encaixar muito bem a trama e possibilitou que o público se sentisse próximo e se preocupasse com o que iria acontecer com cada uma das três personagens.


Nesse sentido, essa empatia também é um mérito do elenco, que consegue entregar toda a carga emocional necessária para papéis tão complexos e bem construídos. Todas as três mulheres mostram um trabalho muito maduro, também graças ao bom roteiro do filme e ao material de origem também. Infelizmente, enquanto as mulheres entregam um nível alto de qualidade, o trio masculino, que conta com os atores Luke Evans, Justin Theroux e Edgar Ramírez, pecam um pouco e deixam a desejar, seja pela sua interpretação como também por suas motivações.

A Garota no Trem é um bom longa, bem dirigido e com um roteiro bem amarrado, apesar de alguns furos. Com personagens femininas fortes e os masculinos não tão bem desenvolvidos, o longa dá conta do recado e entrega uma adaptação de qualidade para o seu público-alvo, cumprindo boa parte das expectativas. Além disso, o filme não serve apenas como uma forma de entretenimento, mas sim de debate sobre questões importantes e que estão em pauta no momento, como a violência e o abuso contra a mulher.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário