quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Crítica de Fora do Rumo

Filme: Fora do Rumo (2016)
País: EUA, China e Hong Kong
Classificação: 12 anos
Estreia: 27 de outubro de 2016
Duração: 111 minutos
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Jay Longino
Elenco: Jackie Chan, Johnny Knoxville, Bingbing Fan, Eric Tsang, Eve Torres, Winston Chao, Tomer Oz, Svitlana Zavialova.

"Um detetive de Hong Kong precisa proteger um vigarista americano que se meteu numa grande encrenca. O cara acabou testemunhando um crime e agora está na mira da máfia chinesa."

O filme conta a história de Bennie Chan, interpretado por Jackie Chan, um policial que, há nove anos, perdeu o seu parceiro e, desde então, tenta provar que Victor Wong, interpretado por Winston Chao, é o culpado por sua morte. Enquanto isso, Bennie também prometeu ao seu parceiro que cuidaria da filha dele, Samantha, interpretada por Bingbing Fan. Só que a menina acaba se envolvendo com a máfia de Wong e Bennie se vê obrigado a investigar o apostador que viu tudo, Connor Watts, interpretado por Johnny Knoxville. Para isso, Bennie deve capturar e levar Connor de volta a Hong Kong, para assim salvar sua afilhada e provar o poder que Wong tem. 

Essa é, basicamente, a premissa de todo o longa. Durante quase duas horas vemos essa busca de Bennie por Connor e depois para provar o lado podre de Wong. E, nesse sentido, Fora do Rumo funciona como uma boa comédia policial, com bastante ação e cenas divertidas, lembrando um pouco outros filmes de Jackie Chan, como A Hora do Rush. Além disso, vemos o ator trabalhar muito bem em suas cenas típicas de luta, muitas vezes sem o uso de dublês. Outro ponto interessante foi a sintonia entre os dois atores, que pareciam já terem trabalhado juntos antes.


Também merece um destaque o trabalho de fotografia do filme. As cenas produzidas com um plano mais aberto apresentam paisagens muito bonitas de lugares como Macau, Deserto de Gobi na Mongólia até chegar na fronteira da China. Além disso, somos apresentados a diversas histórias da cultura chinesa, em uma aula de história de Bennie sobre as mitologias e crenças dos chineses. Esse, com certeza, foi mais um acerto do longa.

Dirigindo esse filme estava Renny Harlin, conhecido pelo seu trabalho em Duro de Matar 2 e Risco Total, peca em construir essas cenas com belas fotografias. Digo que peca porque elas não servem para muita coisa. É quase uma ideia de mostrar cartões postais do país. Eu elogiei o trabalho fotográfico, que é realmente belo, mas penso se existia um motivo por trás desta arte aparecer. Em algumas vezes pareceu que essas paisagens estavam lá por estar, e nada mais.


Além disso, temos um roteiro preguiçoso e repetitivo, que tinha tudo para prestar uma grande homenagem ao trabalho de Chan e aos seus filmes clássicos, mas que pecou em repetir piadas e construir diálogos surreais. Engraçados, mas surreais. O longa acabou perdendo a sua verossimilhança dentro de seu universo muito graças a essas cenas e diálogos que fugiram um pouco do contexto do filme (coral de canção da Adele?). 

Porém, apesar de uma direção falha e de um roteiro preguiçoso, Fora do Rumo funciona como uma homenagem aos filmes de ação e comédia protagonizados por Chan no passado. Além disso, a dupla funciona e o longa agrada e diverte quem está na platéia. Espero que esse estilo de produções divertidas e inocentes sejam retomadas por Chan e que ele consiga dar conta de todas essas cenas de ação durante muito tempo.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

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