quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Crítica de O Filho Eterno

Filme: O Filho Eterno (2016) 
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Estreia: 01 de dezembro de 2016 
Duração: 82 minutos 
Direção: Paulo Machline
Roteiro: Leonardo Levis
Elenco: Marcos Veras, Débora Falabella, Uyara Torrente, Augusto Madeira, Pedro Vinícius.

"O casal Roberto e Cláudia aguarda ansiosamente pela chegada de seu primeiro bebê. Roberto, que é escritor, vê a chegada do filho com esperança e como um ponto de partida para uma mudança completa de vida. Mas toda a áurea de alegria dos pais é transformada em incerteza e medo com a descoberta de que Fabrício, o bebê, é portador da Síndrome de Down. A insatisfação e a vergonha tomam conta do pai, que terá de enfrentar muitos desafios para encontrar o verdadeiro significado da paternidade."

O Filho Eterno é baseado em uma obra homônima de Cristóvão Tezza, e nos apresenta um casal do final dos anos 1970 até os 1990, que acabam tendo um filho com Síndrome de Down. Enquanto a mãe, Cláudia, interpretada por Débora Falabella nutre pela criança nada menos que amor, o pai, Roberto interpretado por Marcos Veras, não o reconhece como seu filho.

A escolha do elenco foi surpreendente e certeira. Marcos Veras, conhecido por fazer comédia, surpreende no papel dramático e entrega uma atuação sólida e convincente, que horas faz odiar, horas faz sentir pena do personagem ou até tentar compreender o drama pelo qual ele está passando. Já Débora Falabella acaba perdendo espaço, graças ao talento de Veras e de Pedro Vinicius, que interpreta o filho do casal. Além disso, a relação e a sintonia entre o elenco fica clara em praticamente todas as cenas, trazendo o espectador para dentro desta realidade cruel porém, muitas vezes, verídica.


Outro ponto que merece ser destacado do filme é a direção de Paulo Machline, que consegue nos apresentar uma trajetória longa, de doze anos, sem se tornar cansativa. Além disso, os fatos mais marcantes do filme acontecem sempre nas copas do mundo, fazendo uma relação com o futebol que se encaixa muito bem. Entretanto, com o desenrolar da trama e quando a ficha cai sobre essa relação da seleção brasileira com o filme, um pouco da surpresa sobre o final acaba sendo perdida.

Porém, mesmo com esse pequeno ponto, O Filho Eterno é mais um belo filme produzido pelo cinema brasileiro em 2016. Ouso dizer aqui que este é um ótimo ano para as produções nacionais e que o preconceito com os nossos filmes estão com os dias contados. Pelo menos se analisarmos os nossos longas-metragens que escolhem tender para um lado mais dramático e com menos comédias de cunho duvidoso.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

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