sexta-feira, 1 de março de 2019

Crítica de Não Olhe

Filme: Não Olhe
País: EUA
Classificação: ---
Estreia: 28 de fevereiro de 2019 
Duração: 103 minutos
Direção: Assaf Bernstein
Roteiro: Assaf Bernstein
Elenco: India Eisley, Jason Isaacs, Mira Sorvino

"Uma solitária jovem de 18 anos não encontra suporte familiar e nem amigos para que possa desabafar sobre os problemas de sua vida. Cansada, ela começa a conversar com o próprio reflexo no espelho apenas para externalizar sua angústia, mas rapidamente descobre que está trocando de lugar com uma espécie de clone que tenta convencê-la a tomar atitudes vingativas."

Passamos o Oscar de 2019. Acabaram as premiações e voltamos para nossa programação normal. Não que filmes que estiveram na premiação não apareçam mais aqui – o calendário no Brasil é diferente dos Estados Unidos – mas agora diminuirá bastante a frequência de longas-metragens de tão alto nível. Um caso deste nível mediano é o filme desta semana: “Não Olhe”. 

O filme conta a história de uma solitária jovem de 18 anos que não encontra suporte familiar e nem amigos para que possa desabafar sobre os problemas de sua vida. Cansada, ela começa a conversar com o próprio reflexo no espelho apenas para externalizar sua angústia, mas rapidamente descobre que está trocando de lugar com uma espécie de clone que tenta convencê-la a tomar atitudes vingativas. 

O filme divide opiniões. Isso é fato. O problema é que ele acaba pesando mais para um lado negativo do que positivo. As coisas não fazem sentido, tornando-se desnecessárias e sem verossimilhança alguma. E isso nem é culpa da protagonista, que entrega uma atuação convincente e visceral, mas sim do roteiro que peca em entregar consistência à história. 

Além disso, falta profundidade nos coadjuvantes. As suas motivações não são apresentadas e – intencionalmente ou não – só temos o ponto de vista da jovem no presente. Falta bagagem para se envolver de melhor forma com os outros personagens. Isso faz com que faltem explicações e construções de virada no roteiro, algo que prende o telespectador. 

Obviamente que o filme constrói de maneira assertiva todo o ambiente envolvente para que o público fique curioso com os próximos passos, mas a falta de profundidade prejudica os aspectos de preocupação entre público e trama. Talvez por isso tenha faltado um envolvimento mais intenso de quem assiste com quem está no cinema. Uma pena para um filme com potencial interessante. 

“Não Olhe” está num limbo entre filme bom e ruim. Tem qualidade para mais, porém não consegue entregar. Não creio que exista a necessidade de assistir no cinema, porém não precisa ser desprezado quando for encontrado em serviços de streaming ou na televisão. Uma produção B que consegue entreter, mas não consegue ser cinema na sua essência. 

Guilherme Wunder

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