sexta-feira, 8 de março de 2019

Crítica de Roma

Filme: Roma
País: México e EUA
Classificação: 14 anos
Estreia: 14 de dezembro de 2018 
Duração: 135 minutos
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Asghar Farhadi
Elenco: Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Nancy García

"A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher, que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais."

Um final de semana estendido de carnaval. Tempo de relaxar, fazer festa ou colocar certas coisas em dia. Eu aproveitei a última opção e assisti “Roma”, primeiro filme original da Netflix indicado ao Oscar. Vencedor da categoria de melhor diretor (Alfonso Cuarón já havia vencido em outra oportunidade). Elogiadíssimo por todos, está produção é o filme d’A Semana. 

O longa-metragem se passa na Cidade do México, em 1970. A rotina de uma família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher, que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais. 

“Roma” foi dirigido, escrito, produzido, fotografado e montado por Cuarón. Um grande trabalho do mexicano, que consegue aqui entregar um filme coeso e com uma boa história. Além disso, o diretor constrói algo que pode ser considerado uma ruptura no cinema mundial – seja por ser um filme de streaming, pelo preto e branco e também pelo olhar intimista do mexicano. 

Contudo, talvez a maior genialidade de Cuarón em “Roma” seja no modo com que ele desenvolve a história. Todo o filme foi gravado em sequência linear dos fatos e não havia atores. O diretor convidou pessoas “normais” para protagonizarem o filme. Com isso, por mais que não existam grandes nomes, a trama fica verossímil e visceral. Muito verdadeira e envolvendo o telespectador. 

Tecnicamente não há o que ser questionado. Cuarón é um grande diretor e desenvolve trabalhos magníficos em todas as áreas que trabalhou no filme. Os grandes destaques talvez sejam os planos parados, onde os personagens andam no entorno da câmera, e a fotografia. Apesar de serem grandiosos, também se tornam intimistas. Indo do maximalista ao minimalismo. 

Sei que elogiei bastante o filme aqui, mas saliento uma coisa: não é uma produção para todo mundo. Eu mesmo compreendo toda a importância que o longa-metragem tem, porém ele não me fisgou. Não consegui me envolver com os personagens e nem me apegar na trama. É uma pena, mas acontece. Digo isso para todos que leem essa coluna. Cinema são arte e subjetivo. Todos têm seus gostos e isso não define a qualidade de um filme.

Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário