quinta-feira, 21 de março de 2019

Crítica de Nós

Filme
: Nós
País: EUA
Classificação: 16 anos
Estreia: 21 de março de 2019 
Duração: 116 minutos
Direção: Jordan Peele
Roteiro: Jordan Peele
Elenco: Lupita Nyong'o, Winston Duke, Elisabeth Moss

"Adelaide e Gabe decidem levar a família para passar um fim de semana na praia e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, mas a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos."

Normalmente o início do ano não trazia grandes filmes para o Brasil – principalmente após o Oscar – contudo, após o sucesso de 2017 com “Corra!”, Jordan Peele conseguiu subverter essa data, afinal o filme foi lançado no início do ano e esteve presente em toda a temporada de premiações. Agora a ideia pode ser fazer o mesmo, por isso chega aos cinemas o filme desta semana, “Nós”. 

O longa-metragem acompanha o casal Adelaide e Gabe, que decidem levar a família para passar um fim de semana na praia (onde a protagonista veraneava na infância) e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, mas a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos. 

Já podemos dizer que o filme vem sendo um sucesso de critica por unir alegorias do cinema de massa com o cinema de circuito fechado. Ele trabalha muito com filosofia e semiótica, em uma ideia de preparar o público que está no cinema sobre o que acontecerá. Apesar de se vender como um filme de terror, ele é muito diferente do que estamos habituados. 

Não existe demônio, extraterrestre ou possessão. Muito pelo contrário. Existe toda uma sociedade (explicada e apresentada durante ao filme) que vive embaixo da terra e são sombras dos que vivem acima. Isso consegue mostrar o talento dos quatro personagens principais, que acabam interpretando dois personagens com características distintas. 

O filme é tenso e consegue manter isso até o final. O problema está justamente no final do longa-metragem. Não quero dar spoilers da produção, mas sim dizer que há um problema nas últimas cenas. Isso porque o fato que acontece derruba toda a premissa que vinha sendo desenvolvida até aquele momento. Isso mais confunde a cabeça do telespectador do que mostra alguma genialidade. 

“Nós” é filme de premiação. Com certeza estará sendo lembrado mais para frente e deve até voltar ao cinema no final do ano. O ponto é se a genialidade dele é só mérito exclusivo do filme ou se o nome de Jordan Peele pode ser a referência que todos procuram. Uma coisa é certa: o filme é bom e pode ser o primeiro pós-horror a me conquistar.

Guilherme Wunder

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