sexta-feira, 8 de junho de 2018

Rappers alvoradenses ganham visibilidade no cenário gaúcho

Espaço Cultural 512, na Cidade Baixa de Porto Alegre, conhecida como o bairro mais boêmio da capital gaúcha. Show do músico e cantor Tonho Crocco, vocalista da banda Ultramen e um criadores do projeto “Tributo a Tim Maia”, que toca em casas de shows do Rio Grande do Sul há anos. No meio da apresentação, o gaúcho chama ao palco o rapper Theagace Under.

Foto: Gui Beck
O cantor apresenta rimas de improviso no palco, junto de Tonho Crocco, e faz com que o público presente se empolgue e aprecie a curta participação do rapper. Antes de descer do palco, Under exclama: “Valeu toda rapaziada de Alvorada que veio me ver”. A surpresa faz com que a reportagem do Jornal A Semana procure o artista para saber um pouco mais de sua trajetória.

Essa apresentação foi em meados de maio, mas somente nesta semana foi possível conversar com Theagace Under, ou Thiago Silva da Silva, como preferirem. O alvoradense de 35 anos mora no Bairro Stella Maris e, junto de seu irmão, fundou o grupo de rap Swing Vagabundo. O irmão, Emerson Silva da Silva, foi a grande inspiração para o início deste projeto.

Isso porque, segundo Under, a referência de Emerson nos anos 90 foi a grande motivação. Na época ele tinha uma banda de rap e isso era o ponto em comum entre os dois, que acompanhavam o cenário da época. “Em 1998 eu e meu irmão nos juntamos e começamos a trabalhar no Swing Vagabundo. Nós participamos de festivais em Porto Alegre e até hoje estamos com a banda, entre idas e vindas”, explica o alvoradense.

Segundo ele, desde o início do grupo já existiam oportunidades de se apresentar com bandas grandes, como Ultramen e Da Guedes e essa oportunidade no Espaço Cultural 512 foi como relembrar essas experiências. “A Ultramen é como família pra mim. A gente está neste processo há anos. Conheço o Tonho Crocco como família, então fazer um show com os caras é sempre uma gratidão”, enfatiza Under.

Já a relação com Alvorada vem de longa data, com participação em festivais e organização de eventos voltados a cultura do hip-hop dentro do município, para fomentar a arte. “Hoje nós estamos com elos rompidos, porque não temos apoio na cidade. Nos anos 2000 a gente fez muita coisa na cidade e pela cidade, mas hoje o município está se reiniciando na música e nós queremos voltar”, enfatiza Silva, irmão de Theagace.

O que vem por aí!

O Theagace trabalha como empreiteiro de mão de obras, sendo proprietário da empresa Reformas Porto Alegre, junto de outros dois amigos. Nessa sociedade, eles funcionam como uma espécie de marido de aluguel para pequenas obras e reparos. Em paralelo com a profissão, segue o sonho de viver da música com o Swing Vagabundo.

O irmão de Theagace, Emerson Silva, conta que o grupo já está trabalhando em projetos para dar continuidade ao rap dentro de Alvorada. “A gente está em processo de gravação com uma parada mais acústica. Nossa ideia é ter letras de rap, com bastante metáfora e refrões de praia, com viola, teclado, dois MCs e muita percussão”, explica Silva.

Além disso, Theagace também conta que esse projeto acústico não é o único sendo desenvolvido pelo Swing Vagabundo, pois existem mais produções que podem sair em breve do papel. “A gente tem o projeto de música eletrônica que está se iniciando junto com o projeto acústico. São dois projetos separados que o Swing Vagabundo está trabalhando”, finaliza o alvoradense.

Guilherme Wunder

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