Rafael Coutinho autografando exemplares d'O Fabuloso Quadrinho Brasileiro. Foto: Guilherme Wunder |
No decorrer da tarde, Rafael tirou um tempo entre autógrafo e bate-papos para conversar um pouco conosco sobre esse lançamento. Foi nesse tempo que ele pode nos explicar um pouco mais sobre o seu livro. Segundo o artista, O Fabuloso Quadrinho Brasileiro é uma antologia que segue os moldes do que foi o Best American Comics lá nos Estados Unidos. Conforme Rafael, um trabalho como esse já deveria ter saído por aqui devido ao cenário do quadrinho nacional de hoje.
Denny Chang, Diego Gerlach, Chiquinha, Rafael Coutinho, Érico Assis e Rafael Sica, autores e editores da coletânea O Fabuloso Quadrinho Brasileiro de 2015. Foto: Divulgação/Galeria Hipotética |
“Eu acredito que o quadrinho brasileiro passa por um bom momento e que justificava uma coletânea como essa. No meu ponto de vista hoje estamos vivendo o ápice da produção de quadrinhos no Brasil”, destaca Coutinho. O livro, lançado nacionalmente durante o FIQ 2015, compila que foi produzido entre julho de 2014 e junho de 2015, onde 250 artistas inscreveram seus trabalhos, além de artistas que foram convidados para participar do projeto. A edição do livro ficou por conta do jornalista, crítico e tradutor de quadrinhos, Érico Assis, que também estava em Porto Alegre para o lançamento do livro.
O livro foi organizado por Rafael, em parceria com Clarice Reichstul, que foi a responsável por realizar a primeira peneira dos trabalhos recebidos pela dupla para formar o livro. “Nesse primeiro corte foram eliminados projetos que são muito crús, de estudantes e também de pessoas que ainda estão começando nesse meio, além de trabalhos que não foram produzidos no período pré-determinado”, relata Coutinho.
Diego Gerlach, Chiquinha e Denny Chang, autores presentes na coletânea O Fabuloso Quadrinho Brasileiro de 2015. Foto: Divulgação/Galeria Hipotética |
Foi depois desse processo que o projeto foi encaminhado ao editor Érico Assis, acompanhado de algumas indicações de pessoas e trabalhos que, tanto Rafael, quanto Clarice, gostariam de ter no livro. Depois disso foi trabalhar muito e entregar o trabalho final para o público que, segundo Coutinho, é a melhor parte de todo o processo. “Se existe uma parte que eu nunca posso reclamar é essa. Todas as coisas que já fiz pela Narval Comix foram bem recebidas pelo público, que gosta, curte e elogia o nosso trabalho. Isso é maravilhoso e justifica o resto”, confessa o artista.
A ideia de Rafael é que essa vire uma publicação anual com o melhor do quadrinho brasileiro no decorrer do ano. Para isso, o artista já começou a trabalhar no segundo volume do projeto, ainda sem data definida de publicação, mas já confirmado para 2016. “Desde que concluímos o primeiro nós já estamos conversando sobre a continuação. Nossa ideia é, dessa vez, chamar uma mulher para editar o livro. Eu gostaria que ele crescesse e tivesse um pouco mais de espaço também, porque bons projetos ficaram fora simplesmente por falta de espaço”, contou Coutinho.
Para encerrar a entrevista fui obrigado a perguntar ao artista quais seriam seus trabalhos para o próximo ano, afinal 2015 foi movimentado para o quadrinista, que lançou também Beijo Adolescente 3 e As Surpreendentes Aventuras do Barão de Munchausen. Rafael aproveitou a última pergunta para anunciar projetos bacanas para 2016, como a publicação de Mensur, livro que o artista vem trabalhando há mais de cinco anos, a vontade de lançar algo no exterior, além da possibilidade de Beijo Adolescente 4.
Guilherme Wunder
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