Filme: Spotlight - Segredos Revelados (2015)
País: EUA
Classificação: livre
Estreia: 6 de Novembro de 2015
Duração: indisponível
Direção: Tom McCarthy
Roteiro: Josh Singer
Elenco: Rachel McAdams, John Slattery, Liev Schreiber, Michael Keaton, Mark Ruffalo, Stanley Tucci, Billy Crudup
"A trama conta a história de como repórteres do jornal The Boston Globe descobriram o enorme escândalo de abuso infantil envolvendo a Igreja Católica e como eles se infiltraram na Arquidiocese local."
Um filme que nos apresenta um dos maiores escândalos descobertos pelo jornalismo. Ficou curioso? Então assista “Spotlight – Segredos Revelados”, filme lançado em janeiro deste ano e que venceu o Oscar de Melhor Filme em 2016. A produção, dirigida por Tom McCarthy, conta a história de um grupo de jornalistas do The Boston Globe que descobriram diversos casos de pedofilia praticada por padres e que era acobertada pela alta cúpula do Vaticano.
Durante a trama podemos acompanhar os jornalistas Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matty Carroll (Brian d'Arcy James), liderados pelo editor Walter Robinson (Michael Keaton); que são a equipe Spotlight, responsável por fazer as grandes reportagens do jornal estadunidense. Ao longo de 2001 os jornalistas trabalharam na pesquisa e apuração de casos que se interligavam, mesmo com os diversos percalços que encontraram pelo caminho.
Talvez uma das grandes atuações do último ano estejam nesse filme. Mark Ruffalo encarna o jornalista Michael Rezendes e consegue dar a amplitude e a carga dramática que o papel necessitava. Esse é mais um grande trabalho do norte-americano, que consegue transmitir para os aspirantes a profissão um pouco da paixão e da dedicação que um jornalista deve ter. Pelo menos na teoria. Dos outros atores também se destacam os trabalhos de Michael Keaton como o líder do time Spotlight e como o cara que trabalha com avinco e tenta corrigir os erros do passado. A indicada a melhor atriz coadjuvante no Oscar Rachel McAdams faz bem o seu papel, mas sem o mesmo brilho dos dois citados acima, mas com maior destaque que Brian d'Arcy James, que pouco apareceu no longa.
Esse time de atores liderados pelo diretor Tom McCarthy conseguiu um grande trabalho. E é na direção que essa produção também ganhou bons pontos. Apesar de o estadunidense ser conhecido pelas suas comédias, Tom conseguiu levar a história de forma simples, sem ideias mirabolantes ou cenas super produzidas, mas sim de forma delicada e bem feita, com cortes trabalhados e também com cenas e diálogos bem trabalhados.
Um dos pontos mais interessantes dessa apuração para quem estuda jornalismo ou está há pouco tempo no mercado de trabalho é ver os profissionais saindo das redações e indo em busca da verdade, correndo atrás de advogados e batendo de porta em porta para descobrir e confirmar as denúncias que chegavam até a redação. Para nós que estamos em pleno 2016, quinze anos após os eventos retratados no filme, e podermos ver como hoje os jornalistas são cobrados pela instantaneidade e também pela velocidade em se publicar uma matéria, com grandes riscos de se dar uma barrigada, nos faz sentir uma certa inveja por ver equipes que tinham meses para trabalhar em uma grande reportagem. Isso é mostrado em um dos primeiros diálogos do longa-metragem, quando um dos editores do jornal comenta: “A Internet está nos matando”.
Depois de um ano trabalhando nessa grande reportagem, as matérias começaram a ser publicadas em janeiro de 2002 destacando os abusos contra crianças e adolescentes de famílias humildes. Essas matérias foram publicadas ao longo de um ano e o trabalho da equipe Spotlight foi coroado com o prêmio Pulitzer, o Oscar do jornalismo. E, depois de ano, vem o reconhecimento em uma nova mídia, dessa vez no cinema. O filme foi muito bem recebido por todos e, com certeza, deve se tornar um clássico para os aspirantes a profissão de jornalista no mundo todo, além de se tornar um manual de como se fazer uma grande reportagem.
Assista abaixo o trailer da produção:
Guilherme Wunder
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