quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Crítica de Elis

Filme: Elis (2016) 
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Estreia: 24 de novembro de 2016 
Duração: 115 minutos 
Direção: Hugo Prata
Roteiro: Hugo Prata, Ver Egito e Luiz Bolognesi
Elenco: Andreia Horta, Caco Ciocler, Gustavo Machado, Lúcio Mauro Filho.

"Cantora desde a infância, Elis Regina Carvalho Costa entra na vida adulta deixando o Rio Grande do Sul para espalhar seu talento pelo Brasil a partir do Rio de Janeiro. Em rápida ascensão, ela logo conquista uma legião de fãs, entre eles o famoso compositor e produtor Ronaldo Bôscoli, com quem acaba se casando. Estrela de TV, polêmica, intensa e briguenta, a "Pimentinha" não tarda a ser reconhecida como a maior voz do Brasil, em carreira marcada por altos e baixos."

Uma das cantores mais reconhecidas no Brasil e, com certeza, merecedora de uma cinebiografia, Elis Regina terá sua história contada nas telonas. O longa, que já havia estreado no Festival de Gramado, chega ao circuito nesta quinta-feira e, pode ser considerado, um dos melhores filmes nacionais deste ano. 

Elis Regina, interpretada por Andreia Horta, foi uma cantora que viveu no período da ditadura militar e passou por vários problemas por causa de seu temperamento explosivo e por não ter papas na língua. Além disso, também é considerada por muitos como uma das precursoras da MPB. Só por causa disso, já sabemos que o que não faltava era história para contar sobre a cantora gaúcha. Tanto é que, em entrevista coletiva, o diretor e roteirista Hugo Prata destacou como foi difícil definir o que entraria no filme e o que ficaria de fora.

- Foi bastante difícil tomar essa decisão e escolher quais episódios iriam entrar nesse roteiro. Não caberia tudo, mas a gente queria ir da chegada dela (no Rio de Janeiro) até o final da vida dela. E aí sim, selecionar só os episódios que levam a nossa história para frente.


Entretanto, com essa escolha, além de perdermos o início dela em Porto Alegre, também fica um pouco complicado compreender os pulos temporais. De tempos em tempos, temos passagens que ficam mal explicadas ou pouco desenvolvidas. Não que isso prejudique a experiência de assistir ao filme, mas acaba atrapalhando um pouco o andar da história. Talvez esse seja, para mim, o único ponto negativo de Elis.

Agora, talvez a melhor coisa do filme, tem de ser comentada: Andreia Horta. Que trabalho magnífico fez a atriz em dar a vida para Elis Regina. Antes da coletiva de imprensa já foi possível notar que o envolvimento da atriz com a personagem era algo único e que a preparação e dedicação vistas no cinema era algo que realmente havia acontecido. A atriz consegue dar vida e interpretar com maestria a cantora gaúcha. O destaque é tanto que a mesma disse que realmente cantava nas gravações e que, em algumas ocasiões, chegou a ficar sem voz.

- Foram três meses com preparadores em sala de ensaio, um deles era um preparador musical… porque ela (Elis) tinha um pulmão inacreditável, um fôlego extraordinário… A Maria Silva Siqueira Campos, é a minha parceria mais longeva de trabalhos… eu sempre chamo a Maria pra gente levantar o personagem juntas, mas dessa vez ela acabou preparando todo o elenco também.

O filme, vencedor do prêmio de Juri Popular no Festival de Gramado e que teve Andreia como vencedora do Kikito de Melhor Atriz, está estreando no cinema e merece a atenção do público brasileiro. A história de vida de Elis Regina merece ser prestigiada e o trabalho realizado pelo diretor, roteiristas e elenco é digno da trajetória da cantora gaúcha.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

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