Nos meados do mês de abril, a Alvoroço Filmes divulgou em suas redes sociais o trailer final de seu mais novo filme, intitulado “Cidade Dormitório”. A produção, que iniciou suas filmagens em novembro de 2016, teve as gravações concluídas em outubro de 2017. Ainda não existe uma previsão de quando o longa-metragem será lançado oficialmente, mas existem expectativas de que essa produção possa ganhar proporções diferentes para a produtora e na carreira do diretor Evandro Berlesi.
Foto: Divulgação |
Foi quase um ano de filmagem, onde inúmeras dificuldades surgiram, principalmente no aspecto financeiro. Segundo Berlesi, isso aconteceu devido ao gênero do filme produzido e a vontade de poder participar de festivais. “Não adianta ter um roteiro bom e atores profissionais, porque os festivais estão preocupados com questões técnicas, como fotografia, que foi algo que eu nunca dei bola. Eu pensei errado e estou tentando entrar em festivais e a gente tem esperança, mas é muito difícil ser selecionado com um filme que foi feito sem dinheiro”, ressalta o alvoradense.
Antes deste filme, Berlesi já havia dirigido “Dá Um Tempo”, “Eu Odeio o Orkut” e “O Maníaco do Facebook”. Contudo, “Cidade Dormitório” é o primeiro drama do diretor, que disse ter encontrado algumas dificuldades. “Foi bem difícil, porque até então eu só produzia comédia que, para mim, é muito mais fácil de fazer. A comédia é feita para o público assistir e se divertir, sem ser necessário se preocupar com fotografia e elenco. Minhas primeiras quatro longas foram produzidas para agradar o público, mas agora estou fazendo para agradar os críticos, festivais e pessoas do meio”, explica Berlesi.
Segundo ele, o filme foi escrito e pensado para participar de festivais. Isso porque, conforme o diretor, os festivais são o caminho que faz com que o nome do cineasta se torne um pouco mais conhecido. “Infelizmente a comédia não permite isso. Mesmo em ótimas comédias não se sabe o nome do diretor. O drama acaba sendo importante na carreira do cineasta e eu produzi isso porque quero valorizar meu nome”, justifica o diretor.
Filme
“Cidade Dormitório” conta diversas histórias que se passam no mesmo lugar e acabam se cruzando. Contudo, Berlesi explica que partiu de pequenas histórias que tinha e as reuniu no filme, mas que não são curtas dentro do filme e sim uma narrativa de histórias que se cruzam. “Então eu peguei algumas histórias e fatos que sei que aconteceram, misturando com histórias que inventei e que adaptei. Eu resumo como vidas que se cruzam na rotina obscura de uma cidade dormitório”, destaca o diretor.
O alvoradense explica que, inicialmente, o filme se chamaria apenas “Dormitório”, mas que as pessoas acabaram achando que a história tinha haver com dormitórios e não com uma cidade. Além disso, a mudança também visa construir uma relação com Alvorada. Isso porque, por mais que o diretor esteja buscando participar de festivais, ele também quer que a cidade compreenda e receba bem seu trabalho, assim como foi nas outras três oportunidades em que filmes foram produzidos dentro da cidade.
Berlesi explica que esse filme pode ser considerado um divisor de águas dentro de sua carreira como cineasta. “Ele é um filme totalmente diferente, por ser sério, dramático e ter todo esse cuidado com o elenco e com cada cena. O resultado é diferente. Eu considero o meu melhor filme, mas não sei se o público terá a mesma opinião que eu, por ser um drama. Eu gostei e tenho esperança de que ele traga uma coisa positiva para a gente”, enfatiza o diretor.
Lançamento
Questionado sobre o lançamento, Berlesi explicou que, como ele tem chance de entrar em festivais, é necessário esperar essa resposta antes de poder lançar. “Isso porque os filmes têm de ser inéditos e o anúncio só sai em julho. Caso o filme não seja selecionado, nós vamos trabalhar em como será o lançamento dele. Além disso, também estamos apresentando para distribuidoras e canais de televisão. De qualquer forma nós pretendemos colocar ele em cartaz, mas ainda não existe nenhuma data definida”, finaliza o diretor.
Guilherme Wunder
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