sexta-feira, 29 de junho de 2018

Alvoroço Filmes completa uma década de história produzindo cinema independente

Foto: Divulgação
A vida de quem deseja trabalhar com cultura e cinema no Brasil não é nada fácil e existem muitos registros e relatos que comprovam as dificuldades enfrentadas por muitos. Contudo sempre existem exemplos de pessoas que, mesmo com todos os empecilhos, seguem desenvolvendo seus trabalhos e brigando por espaço no cenário cultural. 

Um destes exemplos é a Alvoroço Filmes, que surgiu em 2008 e está completando uma década de história. Evandro Berlesi, fundador da produtora, conta que a cidade parou após amanhecer com centenas de cartazes que diziam “Alvoroço em Alvorada”. Dias depois, o mistério foi desvendado quando uma equipe visitou as escolas para explicar do que se tratava. 

Desde então, a Alvoroço Filmes já produziu dez curtas e cinco filmes de longa metragem. São eles: Dá um Tempo! (2008), Eu Odeio o Orkut (2010), Eu Odeio o Big Bróder (2013), O Maníaco do Facebook (2015) e Cidade Dormitório (2018). Mas isso não deve parar por aí, afinal o cineasta sonha em produzir 30 filmes no decorrer de sua carreira. 

Trajetória 

Berlesi conta que começou a Alvoroço Filmes devido sua paixão por cinema, que vinha desde criança. “Em 2008, quando dei o primeiro passo desenvolver o filme “Dá um tempo!”, foi com o objetivo de produzir um filme em Alvorada para Alvorada. Não havia a pretensão de continuar. O projeto Alvoroço em Alvorada só virou produtora devido ao sucesso que foi o filme”, explica o cineasta. 

Segundo ele, o sonho sempre foi poder transformar os seus roteiros em filmes e isso foi atingido quando o primeiro longa-metragem foi concluído. “Hoje eu não posso afirmar que meu objetivo é produzir um novo filme, pois isto já faz parte do meu cotidiano, eu termino um filme e já quero começar outro. Meu objetivo hoje é conseguir pagar as contas da casa”, brinca o alvoradense. 

Questionado se acredita no cinema em Alvorada, o cineasta explica que não e que quem faz cinema na cidade pode fazer em qualquer lugar. “Apoiar o cinema não é como vincular um comercial na novela. Você não irá conseguir mais clientes porque colocou sua marca no início de um filme, serve apenas para divulgar sua marca incentivando a cultura”, enfatiza Berlesi 

Futuro 

No momento a produtora está aguardando os retornos do Festival de Gramado e de alguns canais de TV por assinatura sobre o filme “Cidade Dormitório”, que tem previsão de lançamento para agosto. Além disso, ainda neste ano, será dado início a uma escola de atores, com oficinas voltadas à interpretação para câmera e a produção do sexto filme. 

Para o futuro, o objetivo é conseguir produzir um filme de qualidade com os incentivos fiscais do Ministério da Cultura. “Já tentei algumas vezes e continuarei persistindo até conseguir. Depois de conseguir o primeiro, terei recursos pra investir nestes projetos. Poder colocar os filmes nos circuitos comerciais de cinema, Netflix e TV aberta”, conclui Berlesi.

Guilherme Wunder

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