sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Crítica de Felicidade por um Fio

Filme: Felicidade por um Fio
País: Estados Unidos
Classificação: ---
Estreia: 21 de setembro de 2018 
Duração: 98 minutos 
Direção: Haifaa Al Mansour
Roteiro: Tina Gordon Chism, Adam Brooks e Gina Prince-Bythewood
Elenco: Sanaa Lathan, Ricky Whittle, Lyriq Bent

"Violet Jones (Sanaa Lathan) é uma publicitária bem-sucedida que considera sua vida perfeita, tendo um ótimo namorado e uma rotina organizada meticulosamente para conseguir estar sempre impecável. Após uma enorme desilusão, ela resolve repaginar o visual e o caminho de aceitação de seu cabelo está intrinsecamente ligado à sua reformulação como mulher, superando traumas que vêm desde a infância e pela primeira vez se colocando acima da opinião alheia."

Estamos de volta mais uma semana com o nosso querido e aconchegante espaço para falarmos de cinema. Desta vez, devido às agendas redação e da disponibilidade cabines de imprensa (eventos onde jornalistas assistem aos filmes antes da estreia), estaremos falando de mais um filme que está no catálogo da Netflix há menos de um mês, mas que já vem rendendo bons debates em rodas de conversa por aí. A produção em questão se chama “Felicidade por um Fio”, dirigida por Haifaa Al Mansour e protagonizada por Sanaa Lathan.

O filme acompanha a história de Violet Jones, uma publicitária bem-sucedida que considera sua vida perfeita, tendo um ótimo namorado e uma rotina organizada meticulosamente para conseguir estar sempre impecável. Após uma enorme desilusão, ela resolve repaginar o visual e o caminho de aceitação de seu cabelo está intrinsecamente ligado à sua reformulação como mulher, superando traumas que vêm desde a infância e pela primeira vez se colocando acima da opinião alheia.

Neste longa-metragem que pode parecer raso e bobinho – assim como “Sierra Burgess É uma Loser” e “Para Todos os Garotos que Já Amei” – mas traz, mesmo de forma simples, uma discussão importante ao quebrar preconceitos referentes ao cabelo da mulher negra e o seu empoderamento. No decorrer dos pouco mais de 90 minutos, a protagonista Violet passa por diversas fases capilares e mostra os desafios pessoais dela dentro da sociedade em que foi criada para se aceitar do jeito que é. Sem perucas ou tratamentos para alisar o cabelo.

Obviamente que o filme não toma uma discussão mais séria e mostra embates mais fortes. Toda a temática é tratada de forma mais leve, porém não menos importante e necessária. Além de mostrar a realidade da mulher negra e os preconceitos vividos, “Felicidade por um Fio” também mostra como essa liberdade capilar move uma série de outros fatores na vida dela e, principalmente, em sua carreira profissional e vida amorosa, onde muita coisa muda com o desenrolar da trama.

“Felicidade por um Fio” não funciona como romance. Muito pelo contrário. As cenas e os pares românticos são fracos e vazios, com personagens sumindo e voltando sem explicação alguma. Ao mesmo tempo ele não cumpre 100% o seu papel quando problematiza os preconceitos sofridos pela mulher negra referente ao seu cabelo. Talvez seja pelo público-alvo, perfil do consumidor ou por falta de coragem da Netflix em mexer com esse tema. Contudo já é um começo interessante para desmistificar esse e outros paradigmas. É o que espero.

Guilherme Wunder

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