sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Crítica de Mare Nostrum

Filme: Mare Nostrum
País: Brasil
Classificação: Livre
Estreia: 04 de outubro de 2018 
Duração: 101 minutos 
Direção: Ricardo Elias
Roteiro: Ricardo Elias
Elenco: Silvio Guindane, Ricardo Oshiro, Carlos Meceni

"Roberto (Silvio Guindane) e Mitsuo (Ricardo Oshiro) são dois desconhecidos que, após uma série de coincidências, voltam para o Brasil no mesmo dia, depois de um longo tempo no exterior. Eles se encontram devido a um terreno que foi negociado por seus pais decádas atrás e decidem tentar ganhar dinheiro em cima do local. No entanto, eles entram em conflito quando começam a achar que o lote possui poderes mágicos."

Um filme nacional e que foge do convencional. Não é uma comédia pastelão e nem um drama forte. Sequer é uma aventura romântica. Nada disso. “Mare Nostrum” é um filme do cotidiano, verossímil e que conta uma história com início, meio e fim. Tudo de forma simples e coerente, podendo essa história acontecer com qualquer um de nós. Isso mesmo. Todos nós podemos protagonizar essa trama.

O roteiro apresenta ao público Roberto e Mitsuo, dois desconhecidos que, após uma série de coincidências, voltam para o Brasil no mesmo dia, depois de um longo tempo no exterior. Eles se encontram devido a um terreno que foi negociado por seus pais décadas atrás e decidem tentar ganhar dinheiro em cima do local. No entanto, eles entram em conflito quando começam a achar que o lote possui poderes mágicos.

Acredito que nem seja necessário comentar as atuações e motivações do elenco. Todas elas estão condizentes da nossa realidade e o talento de todos faz com que o público se identifique e solidarize pelos problemas de cada um. Talvez a única exceção seja a ex-esposa do nosso protagonista, que nunca dependeu dele para nada, mas assim que ele volta para o Brasil surgem problemas para ela resolver pelo mundo.

Se o roteiro tem falhas? Claro que tem e, infelizmente, elas não são poucas. Bares vazios, praia vazia, todo mundo em casa quando se precisa. Isso sem falar de aspectos técnicos, afinal todas as câmeras estão estáticas sempre no mesmo local – apesar do longa-metragem apresentar uma fotografia muito boa. Faltam inovação e ousadia na parte técnica e, por mais que isso seja uma pena, acredito que nunca foi o foco do diretor Ricardo Elias.

Todo o filme é baseado e construído através de diálogos. E esse é o diferencial dele. É através destas interações que o público acompanha e se situa em toda a trama. Em nenhum momento o telespectador é considerado burro. As explicações são verossímeis e a fantasia nunca se torna algo sobrenatural. É folclórico e todo mundo pode realmente acreditar nas coincidências que acontecem. Isso só torna a experiência de “Mare Nostrum” mais impactante.

Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário