sexta-feira, 19 de abril de 2019

Crítica de Cópias – De Volta à Vida

Filme
: Cópias – De Volta à Vida
País: EUA, Reino Unido, China e Porto Rico
Classificação: 14 anos
Estreia: 18 de abril de 2019 
Duração: 108 minutos
Direção: Jeffrey Nachmanoff
Roteiro: Beau Willimon
Elenco: Keanu Reeves, Alice Eve, Thomas Middleditch

"Depois de um grave acidente de trânsito que matou toda a sua família, um neurocientista sente que perdeu o sentido da vida. Utilizando seu meio de trabalho, ele se torna obcecado em trazê-los de volta, mesmo que isso signifique desafiar boa parte do governo e, principalmente, as leis da física."

Filmes de qualidade questionável ou considerados médios surgem aos montes. Na realidade eles são a maioria dentro do cenário hollywoodiano. Eles focam na quantidade para, de vez em quando, surgir um “Green Book” – apesar de também existirem bombas como “Um Funeral em Família”. Contudo, na maioria das vezes, o que saem são filmes medianos e que podem dar sorte com o calendário e carinho do público. Esse pode ser o caso de “Cópias – De Volta à Vida”. 

O longa-metragem acompanha a história que se sucede depois de um grave acidente de trânsito que matou toda a família do neurocientista, interpretado pelo ator Keanu Reeves, que sente que perdeu o sentido da vida. Utilizando seu meio de trabalho, ele se torna obcecado em trazê-los de volta, mesmo que isso signifique desafiar boa parte do governo e, principalmente, as leis da física. 

O que dizer desde longa-metragem. Ele está longe de ser um filme ruim. Tem atuações concisas de todos – na medida do seu potencial. A carga de dramaticidade é forte, porém “curta”. Todos os dramas e embates morais que podem surgir acabam sendo resolvidos rapidamente por todos. Isso tanto nas cenas em que envolvem Reeves como também nos outros personagens. Na realidade o roteiro falha muito em criar tramas paralelas e acaba não as desenvolvendo. 

Um exemplo é – alerta de spoiler – quando eles são “ressuscitados”. Logo em uma das primeiras cenas, uma das personagens sente uma dor forte e para o que está fazendo. Na hora o que passa pela cabeça é que algo poderia dar errado. Ainda mais pelo enfoque que é dado: ela está caminhando sozinha e para por causa da dor. O que acontece? Nada. Isso nunca mais é retomado no longa-metragem e não se sabe os motivos daquela cena existir. 

Isso sem falar em clichês como a empresa governamental que parecia ser boa e depois acaba se mostrando malvada ou os homens de terno preto que tentam matar o mocinho. Não que isso atrapalhe a experiência cinematográfica, mas as escolhas óbvias acabam fazendo com que o telespectador se desconecte do filme. Eu mesmo descobri qual era o “problema” no processo que envolve os cérebros dos pacientes (não entrarei em detalhes para não atrapalhar a experiência) antes de Reeves. 

“Cópias – De Volta à Vida” é um filme mais do mesmo, mas que tinha potencial para ser algo diferente. Isso principalmente pela escolha final que foi tomada, onde se mostra um mundo diferente do habitual quando filmes como esse são feitos. Contudo, as obviedades e clichês do roteiro podem atrapalhar quem precisa se conectar e envolver em um filme. Faltou mais do roteirista, mas isso não tira alguns méritos do elenco e direção.

Guilherme Wunder

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