quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Crítica de Pequeno Segredo

Filme: Pequeno Segredo (2016) 
País: Brasil
Classificação: 10 anos
Estreia: 10 de novembro de 2016 
Duração: 108 minutos 
DireçãoDavid Schürmann
Roteiro: Marcos Bernstein, Victor Atherino e David Schürmann
Elenco: Júlia Lemmertz, Marcello Antony, Maria Flor, Erroll Shand, Fionnula Flanagan, Mariana Goulart.


"Três histórias conectadas por um único segredo, abrangendo a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro. Conhecidos por seus cruzamentos marítimos, os Schurmann guardaram por um longo tempo, a comovente história da adoção de Kat, falecida em 2006."

O longa Pequeno Segredo é baseado em uma história real e conta a história da menina Kat, interpretada por Mariana Goulart, desde antes de seu nascimento. Isso porque somos apresentados primeiros aos seus futuros pais e, posteriormente, a família Schürmann, responsável pela adoção e criação da criança. Para quem não conhece, essa família ficou conhecida por dar uma volta ao mundo em seu veleiro. 

No longa, o diretor David Schürmann optou por contar duas histórias em paralelo. Ao mesmo tempo em que o público acompanhava o romance de Jeanne, interpretada por Maria Flor, e Robert, interpretado por Erroll Shand, também era possível saber o que acontecia na vida de Kat. Porém, essa sacada do diretor para dar um ritmo para a trama acabou prejudicando um pouco a experiência. Isso porque ficaram confusas essas linhas temporais e demora muito para que as duas histórias se interliguem e faça sentido.


Além disso, o roteiro do filme encontra alguns percalços, como quando considera o seu público burro e acaba explicando para ele tudo que acontece. Atos como esse fazem com que o telespectador perca o interesse e o envolvimento com a história, que tinha tudo para conquistar. E conquista. Apesar de alguns problemas e de o roteiro não focar tanto na menina, mas sim na sua mãe adotiva, interpretada por Júlia Lemmertz, existe emoção em cenas grandiosas do filme, como um monólogo sobre o sentido da palavra amor.

Muito disso se dá por causa do elenco, principalmente por Júlia Lemmertz e Mariana Goulart, que conseguem carregar boa parte do drama. A personagem de Fionnula Flanagan, por outro lado, é muito mal desenvolvida, de uma forma que a transforma em uma grande vilã para, depois do monólogo citado acima, ela mudar completamente de perfil. Esse é mais um exemplo de como o roteiro trata o seu público de uma forma simplória. Já o resto do elenco não consegue chegar ao nível das duas primeiras e entregam atuações simples e apagadas.

O filme cumpre seu papel e, graças a uma boa história e de boas atuações, consegue deixar claro o motivo de ter sido o longa brasileiro indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Fica difícil saber se vai estar entre os cinco indicados e até se vai ganhar. Porém, está claro que o Ministério da Cultura escolheu um filme que tem a cara do prêmio e é nesse quesito que todos esperam que Pequeno Segredo alcance o seu lugar ao sol.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

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