sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Crítica de Polícia Federal – A Lei é Para Todos

Filme: Polícia Federal – A Lei é Para Todos
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Estreia: 07 de setembro de 2017 
Duração: 107 minutos 
Direção: Marcelo Antunez
Roteiro: Thomas Stavros, Gustavo Lipsztein
Elenco: Antonio Calloni, Flávia Alessandra, Bruce Gomlevsky, Rainer Cadete, Roberto Birindelli, Roney Facchini.

"Durante a realização da Operação Bidone, a Polícia Federal apreende no interior um caminhão carregado de palmito, que trazia escondido 697 kg de cocaína. A investigação recai na equipe montada por Ivan Romano, sedida em Curitiba e composta também por Beatriz, Júlio e Ítalo. As conexões do tráfico os levam ao doleiro Alberto Youssef e, posteriormente, ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que revela uma imensa estrutura envolvendo construtoras e o governo, de forma a desviar dinheiro público. À medida que a investigação avança, o grupo liderado por Ivan se aproxima cada vez mais de alguns dos políticos mais influentes do país."

O filme desta semana, que estreia somente no dia 07 de setembro – data planejada estrategicamente pela divulgação do longa? – se chama “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”. Na produção acompanhamos uma série de investigações, que culminaram na Operação Lava Jato, considerado um dos maiores escândalos políticos do Brasil, ao lado do Mensalão.

Na produção, acompanhamos o início desta operação, em 2013, até o momento aonde acontece o vazamento do áudio da ligação entre os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Na obra, que é adaptação de um livro de mesmo nome, acompanhamos o ponto de vista da Policia Federal sobre o caso, “sem tomar partido”.

Coloco isso entre aspas com certo receio. Primeiro por não ter lido o livro e segundo porque não tenho certeza sobre isso, mas, sem sombra de dúvidas, os casos que ganham maior destaque na produção são os que envolvem o Partido dos Trabalhadores (PT). Outro fator que chama bastante a atenção, positivamente, é o papel contido e discreto de Sérgio Moro, interpretado aqui por Marcelo Serrado.

Porém, apesar de o filme ter um elenco seguro e uma direção coerente, parece que falta algo. Na produção eles parecem estar fazendo um marketing sobre como os policiais são bons e, até nos casos de corrupção de policiais, as cenas são leves e não retratam uma realidade mais suja que pode existir (sem hipocrisia).

Talvez tenha faltado um distanciamento maior dos fatos. Tudo ainda é muito recente e está em andamento. Ainda não é possível retratar esta realidade sem o caso concluído. E isso tende a piorar, visto que uma sequência já foi confirmada e que casos como a JBS podem aparecer neste segundo filme. É arriscado mexer com isso em um período tão curto e transformar em ficção.

Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário