sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Crítica de Um Perfil para Dois

Filme: Um Perfil para Dois
País: França, Alemanha e Bélgica
Classificação: 12 anos
Estreia: 09 de novembro de 2017 
Duração: 101 minutos 
Direção: Stéphane Robelin
Roteiro: Stéphane Robelin
Elenco: Pierre Richard, Yaniss Lespert, Fanny Valette.

"Pierre é um viúvo aposentado que não sai de casa há mais de dois anos, e agora tem a chance de voltar a viver novamente com a ajuda da internet. Isso porque através de Alex, um homem contratado por sua filha para ensiná-lo a usar o computador, acaba criando um perfil em um site de namoro. Lá, conhece a linda jovem Flora, e decide marcar um encontro. Mas ele só tem uma problema: a foto que usou no perfil é de Alex, e não dele."

Nesta semana, foi visto um dos primeiros filmes fora do eixo de Hollywood desde que esta coluna começou a ser escrita. Na realidade, creio que este seja o segundo, ficando atrás apenas de um filme chileno aqui resenhado. Desta vez, o longa-metragem visto foi o francês “Um Perfil para Dois”, dirigido por Stéphane Robelin, que já havia sido exibido no Festival Varilux. 

Na produção, acompanhamos Pierre, interpretado por Pierre Richard, que é um viúvo aposentado que não sai de casa há mais de dois anos. Isso muda quando ele começa a aprender a mexer com a internet. Isso acontece quando ele começa a ter aulas com Alex, que foi contratado por sua filha para ensiná-lo a usar o computador. Com isso, o idoso cria um perfil em um site de relacionamento, conhece Flora e marca um encontro com ela. O problema é que ele usou uma foto de Alex no perfil e não dele. 

O filme se define como uma comédia e também como um romance. Acredito que ele consegue se sair muito bem como comédia, mas não tanto como romance. Isso porque, a fórmula de se brincar com a tecnologia para quem já está mais velho, apesar de datada, ainda funciona muito bem e Pierre Richard consegue fazer com que a brincadeira funcione de forma muito crível. Isso sem contar todas as cenas dele tentando fazer parte do romance que ele mesmo criou para Alex e Flora. 

Tudo isso é cômico e funciona de forma sútil, mas certeira. O problema do filme é quando ele resolve comprar o romance e aplicar isso a qualquer custo. No início, é aceitável a ideia e tudo funciona. Existem até momentos de comédia romântica que são bonitos e engraçados, como o café da manhã na casa de Pierre. Só que existe um momento em que tudo se torna forçado demais e perde a naturalidade e a simplicidade do início, que fazia com que tudo funcionasse. 

No último ato do filme então, nem se fala. Ali ele se perde completamente e perde toda a verossimilhança construída até aquele momento. Ou então eu não devo mais acreditar no amor, pois aquilo não fez sentido algum para mim. Não quero aqui dar spoiler, pois acredito que isso prejudica a experiência, mas o último ato é um ponto fora da curva muito brusco do que estava sendo construído até aquele momento. 

“Um Perfil para Dois”, que estreou nesta quinta-feira em todo o Brasil, é simples e sem grandes invenções até boa parte da obra e isso funciona. Quem quiser se divertir no cinema com algo simples e verdadeiro, vai encontrar nesta produção um momento de escape da realidade. O último ato pode incomodar um pouco, mas nada que não possa ser superado se você desligar o cérebro e curtir a experiência do cinema.

Guilherme Wunder

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