sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Crítica de Assassinato no Expresso do Oriente

Filme: Assassinato no Expresso do Oriente
País: Estados Unidos
Classificação: 10 anos
Estreia: 30 de novembro de 2017 
Duração: 109 minutos 
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Michael Green
Elenco: Kenneth Branagh, Johnny Depp, Michelle Pfeiffer.

"O detetive Hercule Poirot embarca de última hora no trem Expresso do Oriente, graças à amizade que possui com Bouc, que coordena a viagem. Já a bordo, ele conhece os demais passageiros e resiste à insistente aproximação de Edward Ratchett, que deseja contratá-lo para ser seu segurança particular. Na noite seguinte, Ratchett é morto em seu vagão. Com a viagem momentaneamente interrompida devido a uma nevasca que fez com que o trem descarrilhasse, Bouc convence Poirot para que use suas habilidades dedutivas de forma a desvendar o crime cometido."

Nesta semana temos um filme repleto de nomes conhecidos. Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Penélope Cruz, Willem Dafoe, entre outros nomes renomados do cinema fazem parte da produção, que é dirigida e protagonizada por Kenneth Branagh. Além disso, a obra adapta uma das obras de Agatha Christie. Estamos falando de “Assassinato no Expresso do Oriente”. 

A obra, que estreou nesta quinta-feira, 30/11, nos cinemas, conta a história de um assassinato que acontece durante a viagem do Expresso do Oriente. Neste trem está o detetive Hercule Poirot, interpretado por Kenneth Branagh. Ele é procurado pelo personagem de Johnny Depp, que quer contratar seus serviços como segurança. Entretanto, na noite seguinte, ele aparece assassinado. 

Neste ponto que a trama começa a se desenrolar. Isso porque Poirot, conhecido como um dos melhores detetives do mundo, resolve investigar o caso. Agora é que vêm os quesitos que merecem ser debatidos, tanto de forma positiva como também de aspectos negativos que a trama apresenta. E talvez essa seja a maior decepção: termos pontos ruins em uma adaptação de Agatha Christie. 

Porém, vamos começar com os positivos. Tecnicamente, a direção de Branagh é muito boa. Ele ousa pouco, tendo apenas alguns planos diferenciados. Entretanto, é uma direção segura e correta, fazendo o “feijão com arroz” de forma bem feita. Além disso, a fotografia do filme é linda e isso fica mais claro ainda na tela grande do cinema. Creio que a experiência seja um diferencial que faça melhorar a produção. 

Já os problemas estão no roteiro de Michael Green. Isso acontece devido a diversos fatores. Um deles – talvez o mais importante – é a falta de profundidade nos personagens apresentados. Talvez o único que tenha sido mais bem trabalhado é o protagonista Hercule Poirot. Apesar de um elenco recheado de nomes renomados, os coadjuvantes são mal desenvolvidos e servem apenas para compor o conjunto. 

Faltam motivações mais concisas, ou melhor, abordadas, faltam explicações, faltam linhas de diálogos mais rebuscadas e até uma atuação mais convincente de alguns atores. Isso atrapalha na construção da verossimilhança e também na relação entre público e filme. Nenhum personagem é construído de tal forma que faça com que o telespectador se preocupe com o que vai acontecer. Falta envolvimento. 

Infelizmente, “Assassinato no Expresso do Oriente” não é tão bom quanto muitos esperavam, mas também não é tão ruim ao ponto de ser um fracasso. Falta um desenvolvimento mais coerente e profundo de alguns personagens, mas existe uma experiência técnica visual muito bem executada. Espero que, pelos nomes que ali trabalharam, a produção consiga se sair bem nas bilheterias. Assim poderemos ver mais obras de Agatha Christie sendo adaptadas para o cinema.

Guilherme Wunder

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