sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Crítica de A Forma da Água

Filme: A Forma da Água
País: Estados Unidos
Classificação: 16 anos
Estreia: 01 de fevereiro de 2018 
Duração: 123 minutos 
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro e Vanessa Taylor
Elenco: Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins.

"Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa, zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles e à colega de turno Zelda."

Finalmente começamos a temporada mais bela de quem gosta de cinema. Mas não do cinema pipoca e sim de filmes bem desenvolvidos e trabalhados. Isso porque começaram a chegar ao Brasil os filmes indicados ao Oscar 2018. Esse fenômeno acontece todos os anos e visa apresentar ao público brasileiro as grandes produções realizadas em 2017, mas que não é sucesso de bilheteria, apesar de arrancarem elogios da crítica especializada.

Iniciando essa fase aqui no Jornal A Semana, este que vos escreve assistiu ao filme que contem mais indicações neste ano. Sim, estamos falando de A Forma da Água, longa-metragem dirigido por Guillermo del Toro. A produção se passa nos anos 60, durante a corrida espacial, e conta a história de Elisa, que é uma das zeladoras em um laboratório experimental secreto do governo, e que acaba se afeiçoando a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles e à colega de turno Zelda. 

E, baseado nesta premissa, que temos a construção de um dos melhores e mais peculiares filmes desta temporada de premiações. Isso porque é meio difícil de acreditar no que acontece durante a fantasia desenvolvida pelo diretor mexicano, porém tudo acaba fazendo sentido. Isso muito graças a verossimilhança desenvolvida por del Toro durante todo o longa-metragem. Apesar de surreal, as ambições de Elisa acabam se encaixando e suas semelhanças com a criatura acabam aproximando ambos os personagens. 

Além disso, apesar de ser um filme intenso e rápido – são pouco mais de duas horas que passam voando – a produção consegue mesclar tudo. Todos os personagens são bem desenvolvidos e, mesmo com o tempo gasto na construção de cada um, existem cenas belas e cadenciadas, que fazem com que o público possa se envolver cada vez mais com a bela e peculiar relação dos dois protagonistas da trama. 

Não sabemos quantas estatuetas A Forma da Água e o Guillermo del Toro vão receber no Oscar 2018, mas é possível ter certeza de que a produção eleva o mexicano para outro patamar no cinema. Não que suas outras produções não sejam boas, mas essa é acima da média e supera todas as expectativas. Talvez seja por isso que o diretor já vem ganhando prêmios e pode acabar abocanhando mais algum.

Guilherme Wunder

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