quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Crítica de Nerve - Um Jogo Sem Regras

Filme: Nerve - Um Jogo Sem Regras (2016)
País: Estados Unidos
Classificação: 12 anos
Estréia: 25 de agosto de 2016
Duração: 97 minutos
Direção: Ariel Schulman e Henry Joost
Roteiro: Jessica Sharzer
Elenco: Emma Roberts, Dave Franco, Emily Meade, Miles Heizer, Machine Gun Kelly, Kimiko Glenn, Brian 'Sene' Marc, Juliette Lewis

"A tímida Vee DeMarco é uma garota comum, prestes a sair do ensino médio e sonhando em ir para a faculdade. Após uma discussão com sua até então amiga Sydney, ela resolve provar que tem atitude e decide se inscrever no Nerve, um jogo online onde as pessoas precisam executar tarefas ordenadas pelos próprios participantes. O Nerve é dividido entre observadores e jogadores, sendo que os primeiros decidem as tarefas a serem realizadas e os demais as executam (ou não). Logo em seu primeiro desafio Vee conhece Ian, um jogador de passado obscuro. Juntos, eles logo caem nas graças dos observadores, que passam a enviar cada vez mais tarefas para o casal em potencial."

A premissa do filme é bem simples:a tímida Vee DeMarco quer mostrar que é uma pessoa com atitude e não uma mera protagonista na vida e, para isso, começa a jogar o game Nerve. Esse jogo desafias os participantes a fazer desafios em troca de premiações, tudo isso filmado pela câmera do seu celular.

Esse é um dos pontos mais interessantes do filme. Toda a construção da história acontece em volta do jogo e nas consequências que ele tem e não em um possível romance entre os dois protagonistas. Isso fez com que eu conseguisse me interessar mais pela história e acompanhar toda a trama que estava sendo construída, afinal, ela não servia como um trampolim para o casal principal.

Foto: Divulgação
Toda a ideia desenvolvida pelos diretores faz uma crítica da sociedade na qual vivemos, onde um like ou um view é mais importante do que a própria vida das pessoas. Esse é um ponto onde é possível avaliar todo o conceito no qual o filme foi desenvolvido e não duvido que isso poderia (ou quem sabe já está) sim acontecer na nossa realidade.

Todo esse enredo também fez com que o longa não fique focado no romance dos protagonistas, o que é algo positivo. Apesar de serem carismáticos e darem conta do papel, a discussão que Nerve tenta passar não deveria ser abafada por um romance. E os diretores souberam fazer bem essa mescla e equilibrar o seu lado romântico com a discussão que foi levantada no decorrer do filme.

Mais um ponto positivo da direção de Ariel Schulman e Henry Joost foi a construção de Nerve como um todo. O filme tem um ritmo frenético, com cortes rápidos e cenas sendo construídas através das câmeras dos celulares de quem acompanha o jogo. Isso sem falar na parte da trilha sonora, que foi bem pensada e mostra o cuidado que os diretores tiveram com o filme.

Foto: Divulgação
Talvez o único ponto negativo do longa tenha sido a falta de profundidade que a discussão sobre a dependência que a sociedade tem pelas redes sociais e, porque não, pelo seu protagonismo. Creio que o filme poderia ter sido mais longo para que essa discussão pudesse ser melhor trabalhada.

Concluindo, o filme é muito bom e pode ser considerado uma grata surpresa de 2016, seja pela direção, o carisma dos atores e a construção de um roteiro que consegue trabalhar o lado romântico, que é o que vende o longa, com toda a discussão sobre a sociedade. Pena que essa produção pode não receber a devida atenção exatamente porque o público pode pensar que se trata apenas de mais um filme de romance que chega.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário