quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Crítica de O Contador

Filme: O Contador (2016)
País: EUA
Classificação: 14 anos
Estreia: 20 de novembro de 2016
Duração: 130 minutos
Direção: Gavin O'Connor
Roteiro: Bill Dubuque
Elenco: Ben Affleck, Anna Kendrick, J.K. Simmons, Jon Bernthal, Cynthia Addai-Robinson, John Lithgow, Jeffrey Tambor, Alison Wright.

"Christian Wolff é um homem que apresenta um quadro de Síndrome de Asperger, o que o faz ter mais intimidade por números do que por pessoas. Ele usa um escritório de contabilidade em uma cidadezinha pequena apenas como fachada para trabalhar como contador autônomo para algumas das mais perigosas organizações criminosas do mundo."

No filme acompanhamos a história de Chris, interpretado por Ben Affleck, que é diagnosticado com a síndrome de Asperger e que tem a facilidade de resolver grandes problemas matemáticos. Tanto é que o protagonista do filme trabalha como contador de criminosos conhecidos mundialmente e, ao mesmo tempo, administra um pacato escritório de contabilidade.

Durante o longa, temos duas histórias sendo trabalhadas: uma delas é a auditoria que Chris está fazendo em uma empresa de robótica, enquanto isso dois agentes do Governo, interpretados por J.K. Simmons e Cynthia Addai-Robinson trabalham para descobrir que é o famoso contador dos criminosos. O problema dessa segunda trama é que ela não foi para lugar nenhum e serviu apenas para que Simmons entregasse um bom papel, mas sem fundamento.


Enquanto isso, Chris descobre um rombo financeiro dentro da empresa de robótica. Com a ajuda da funcionária Dana, interpretada por Anna Kendrick, Depois disso toda a história se desenrola e se transforma em um thriller de ação desenfreado, com cenas de ação intensas e reviravoltas focadas na vida de Chris. Isso porque surge o assassino interpretado por Jon Bernthal. Além disso, somos apresentados ao passado do personagem, através de flashbacks que apresentam um pouco do passado e dos dramas vividos pelo protagonista.

O problema é que esses flashbacks não funcionam tão bem assim e as subtramas (como a dos agentes e a do assassino) são subaproveitadas, de forma rasa e sem a profundidade que tais histórias mereciam. Entretanto, de pontos positivos, temos o enredo principal sendo bem embasado e abordado com uma boa dose de cenas de ação e outras mais cadenciadas. Isso é mérito de Gavin O'Connor, que consegue construir um filme conciso durante boa parte.


Além disso, temos Ben Affleck em uma de suas melhores atuações da carreira, entregando um personagem com uma carga dramática e com uma série de problemas pessoais e psicológicos de forma convincente. Porém, no caso do elenco, não temos do que reclamar, afinal todos foram muito bem em suas atuações, entregando personagens com um bom background e sem exageros.

Talvez o maior problema de O Contador esteja nos seus minutos finais, quando o telespectador tem sua inteligência sendo desafiada em uma das cenas mais clichês e esperadas vistas nesse ano. Chega um momento que a revelação feita não pega ninguém de surpresa, pois tal ação já vinha sendo desenvolvida. Sem falar na condição de super-herói que tem Chris, onde é atacado por vários homens e sai da história praticamente ileso.

No geral, O Contador é um bom filme, tendo uma trama original e contando com boas premissas. Entretanto, faltaram explicações, coerências e uma verossimilhança maior na abordagem da história. Em uma grande atuação de Ben Affleck (com referência aos filmes de super-heróis), vemos aqui um filme interessante, mas que tinha tudo para um excelente longa.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário