segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Crítica de O Homem nas Trevas

Filme: O Homem nas Trevas (2016)
País: EUA
Classificação: 16 anos
Estreia: 08 de setembro de 2016
Duração: 88 minutos
Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Fede Alvarez
Elenco: Stephen Lang, Jane Levy, Dylan Minnette, Daniel Zovatto

"Três adolescentes sempre escaparam de seus roubos, todos perfeitamente planejados. Mas, quando eles estão prestes a realizar seu último crime, assaltando a casa de um senhor cego, o jogo muda. Os jovens agora estão encarcerados dentro do local, e precisarão lutar por suas vidas contra um psicopata cheio de segredos e terrivelmente habilidoso."

O Homem nas Trevas conta a história de três jovens assaltantes que invadem casas que são asseguradas pela empresa do pai de um deles. Com o sucesso dos furtos, os adolescentes resolvem fazer a sua investida mais ousada: roubar uma grande quantia de dinheiro de um ex-militar cego. O que eles não contavam era com o que o veterano de guerra seria capaz de fazer para proteger o seu dinheiro.

Esse longa-metragem, dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez, é uma grata surpresa quando se fala em filmes de suspense. O problema é que só é possível saber disso depois que se assiste ao filme. Isso porque a produção foi vendida como um filme de terror, o que não condiz com o que se vê na tela. É óbvio que o filme tem a sua cota de sustos clichês, mas ele trabalha muito mais com a questão psicológica da tensão.

Foto: Divulgação/Sony
O suspense presente é um mérito de Alvarez que é o diretor e um dos roteiristas do filme. Durante todo o longa é possível sentir essa tensão e o medo ocasionado pelo ambiente construído pelo uruguaio. As reviravoltas da produção conseguem fazer com que quem está assistindo se sinta desconfortável e apreensivo com tudo que acontece. Esse sentimento é tão forte que existem momentos em que a torcida está toda com os três adolescentes.

Outro elemento que beneficia o suspense é a trilha sonora e, porque não, a falta dela. Alvarez consegue construir bem essa parte e, tanto os sons quanto o silêncio, são bem distribuídos e auxiliam na narrativa desejada. O set de filmagens, apesar de surreal, também combina com a temática e é mais um ponto positivo para a produção.

Destaco o surrealismo porque não é possível se dimensionar o espaço físico da casa. A desproporção dela da visão de fora para a de dentro é gritante e isso fica ainda mais escancarado quando a trama passa a se desenrolar no porão. Eu nunca havia visto um porão tão grande na minha vida e esse espaço não condiz com o resto da casa.

Foto: Divulgação/Sony
O roteiro do filme é fechado e consegue concluir bem todas as tramas que foram abordadas no início. Apesar de ter seus furos como, por exemplo, quando um dos três assaltantes cai por uma janela que, aparentemente, era bloqueada com barras de ferro, a trama é bem planejada e pensada para fazer com que o suspense prossiga por praticamente todos os 88 minutos do filme. Os problemas foram os clichês presentes no gênero, construindo conceitos surreais e que podem fazer com que o público perca um pouco o interesse.

Todo o elenco está bem no filme. Apesar de não se ter nenhuma interpretação memorável, os atores conseguiram segurar a bronca e entregar toda a carga dramática e tensa que o filme necessitava. Talvez os destaques sejam os dois personagens que tiveram um maior espaço, que foram Jane Levy e Stephen Lang. Eles entregaram cenas fortes e que ficarão na memória de muitas pessoas, seja pela sua intensidade ou por ser trash demais.

Esse talvez tenha sido um dos grandes problemas do filme: o direcionamento trash que é dado na segunda parte do longa. Existem cenas que fogem do comum e causam risos (ou repulsa) a quem assiste. Apesar disso o filme passa fácil como um dos melhores nesse gênero de 2016, seja por não ter medo de ser ousado e visceral como também por conseguir fugir da vala comum em sua conclusão.

Assista ao trailer abaixo:



Guilherme Wunder

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