sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Crítica de Três Anúncios Para um Crime

Filme: Três Anúncios Para um Crime
País: Estados Unidos e Reino Unido
Classificação: 16 anos
Estreia: 15 de fevereiro de 2018 
Duração: 116 minutos 
Direção: Martin McDonagh
Roteiro: Martin McDonagh
Elenco: Frances McDormand, Woody Harrelson, Sam Rockwell.

"Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby, responsável pela investigação."

Mais uma vez preciso destacar: que início de anos queridos leitores que acompanham a coluna de cinema do Jornal A Semana. Isso porque, após “A Forma da Água” e “Lady Bird”, desta vez foi possível assistir ao longa-metragem “Três Anúncios Para um Crime”, produção que foi indicada ao Oscar 2018 em sete categorias, incluindo melhor filme.

No longa-metragem acompanhamos a história de Mildred Hayes, interpretada por Frances McDormand, que, inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o delegado Willoughby, responsável pela investigação. 

Frances McDormand. E esse é o nome que deve ser guardado na cabeça e no coração de quem assiste ao filme. Isso porque a atuação desta atriz é digna de indicação ao Oscar de melhor atriz – e porque não falar que de vencer essa categoria. A atriz consegue carregar todo o drama e a carga emocional que o filme precisa e que a história necessita, tendo em vista o drama pelo qual a protagonista passa. 

Concebida como uma mulher durona, implacável e justa, Mildred trata-se de um personagem nada óbvio. E estranhamente cativante. Na boca da atriz, o texto flui de maneira assustadoramente natural. É possível compreender cada sentimento pelo qual ela passa. Ainda que não o expresse verbalmente. E esse silêncio fala muito em alguns momentos da produção. 

A partir de uma ideia bem simples, o roteiro encadeia uma série de sequências tão absurdas, como surpreendentes. Mas elas só se tornam críveis porque são executadas por personagens ricos, que fogem do maniqueísmo do mocinho/vilão. Há todo um processo na construção desses coadjuvantes que instigam o espectador a querer saber mais deles. 

Talvez não seja o melhor filme do ano – para mim fica atrás de “A Forma da Água” – mas “Três Anúncios Para um Crime” pode ser considerado um dos favoritos nesta temporada de premiação. Por mais que a falta de um final fechado, a obra tem força e é verossímil, merecendo assim ser reconhecida e premiada neste ano.

Guilherme Wunder

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