sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Crítica de Cidade Dormitório

Filme: Cidade Dormitório
País: Brasil
Classificação: ---
Estreia: ---
Duração: 136 minutos 
Direção: Evandro Berlesi
Roteiro: Evandro Berlesi
Elenco: Marcelo Maresia, Anita Dal Moro, Carol Fabris

"Flávio (Marcelo Maresia) e Patrícia (Carol Fabris) são dois irmãos que, em 1988, armam um grande plano para levar Cassandra (Anita Dal Moro) para a cama. Trinta anos depois, os três estão afastados e vivendo de formas completamente diferentes. Cassandra, agora casada com um vereador, Flávio, viúvo amargurado, e Patrícia, propietária de uma escola infantil, têm suas vidas ligadas de maneira inesperada na pequena cidade de Alvorada, Rio Grande do Sul."

Hoje, mais uma vez, este que vos escreve não foi ao cinema assistir ao grande lançamento do cinema – confira no final da coluna. Contudo, desta vez é por uma boa causa. Como foi possível ler na matéria acima, Evandro Berlesi lançou o seu mais novo filme e, com exclusividade, a reportagem do Jornal A Semana teve acesso e poderá escrever sobre “Cidade Dormitório”.

O filme começa em 1988, quando os irmãos Flávio e Patrícia traçam um plano para levar pra cama Cassandra, a garota mais popular da escola. Trinta anos depois, afastados pelo tempo, eles ainda residem na pequena cidade de Alvorada/RS, onde suas vidas são interligadas por habitantes de diversas classes sociais e personalidades obscuras.

Cassandra tornou-se dona de casa, é casada com Glauco da Pet, suposto vereador da causa animal. Flávio, viúvo, tornou-se um músico fracassado e um péssimo pai. Patrícia, ainda bela e solteira, é proprietária de uma escolinha infantil, foco de uma tragédia eminente.

Antes de discorrer sobre a produção, cabe ressaltar que o mesmo foi feito apenas com atores de Alvorada e sem apoio financeiro algum de entidades públicas ou programas de incentivo a cultura. Tanto é que o orçamento do longa-metragem gira em torno de R$ 7 mil e isso mostra a realidade e as dificuldades que podem ter sido enfrentadas.

Apesar disso, temos atuações consistentes de nomes conhecidos da cidade em uma história verossímil e cheia de referências a casos municipais e regionais que já foram vivenciados. Obviamente que tem alguns pontos do roteiro que parecem forçados e com um diálogo formal demais e pouco natural, mas ele não atrapalha a experiência de quem está assistindo.

Além disso, a direção é ousada em alguns planos pouco usuais, ainda mais na carreira de Berlesi, que sempre foi focada na comédia. É possível afirmar que este é o filme mais complexo e maduro do diretor em sua carreira e isso pode afastar quem conhece a filmografia de Berlesi e procura algo semelhante. Entretanto, “Cidade Dormitório” é um importante passo dado para quem quer viver de cinema e busca seu espaço em todos os nichos.

Guilherme Wunder

Nenhum comentário:

Postar um comentário