sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Crítica de A Voz do Silêncio

Filme: A Voz do Silêncio
País: Brasil
Classificação: 16 anos
Estreia: 22 de novembro de 2018 
Duração: 98 minutos
Direção: André Ristum
Roteiro: Marco Dutra e André Ristum
Elenco: Marieta Severo, Stephanie de Jongh, Arlindo Lopes

"O passar dos anos é impiedoso para todos. No filme, sete personagens aparentemente comuns conduzem suas vidas buscando, cada um, aquilo que acredita lhe trazer satisfação pessoal. Mas, mesmo com vidas distintas e distantes, eles se aproximam pela maneira como orientam suas existências com base em preocupações mundanas."

Uma estreia peculiar. É assim que podemos definir a estreia desta nova produção nacional intitulada “A Voz do Silêncio”. A obra tenta beber da fonte que premiou “Crash – No Limite” e “Dunkirk” de contar histórias paralelas que se relacionam no decorrer da trama. O problema é que bebe desta fonte, mas sem a genialidade dos outros diretores/roteiristas.

No longa-metragem, sete personagens aparentemente comuns conduzem suas vidas buscando, cada um, aquilo que acredita lhe trazer satisfação pessoal. Mas, mesmo com vidas distintas e distantes, eles se aproximam pela maneira como orientam suas existências com base em preocupações mundanas. O passar dos anos é impiedoso para todos.

O problema é que, apesar de um elenco recheado de figuras conhecidas do grande público e de boas atuações, o roteiro peca em relacionar tantas histórias em uma única linha narrativa. Falta desenvolvimento de personagens relevantes para a trama e, muitas vezes, se retirarmos alguns deles da produção, nenhuma falta será sentida. Isso sem falar da falta de empatia com o público.

Um filme com essa pretensão sendo desenvolvido em 01h30 de filme já soava perigoso antes dele começar. Eram muitas histórias – algumas bem dramáticas e complexas – para serem trabalhadas com início, meio e fim; além do desenvolvimento dos personagens, em tão pouco tempo. Com isso o foco foi dado para a trama que envolvia Marieta Severo e, consequentemente, teve mais espaço.

É uma pena ver que a produção “A Voz do Silêncio” tinha a pretensão de ser algo grandioso e diferente, mas acabou se perdendo dentro de sua prepotência. Com uma ideia de algo cult, o longa-metragem acaba se fechando em um nicho e não deve conquistar muitas pessoas. Gera curiosidade pelo experimentalismo e pode atiçar a curiosidade, mas com certeza não é um filme popular.

Guilherme Wunder

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